País
A economia, a globalização e a língua portuguesa em documentário da RTP
“As pessoas não aprendem a língua porque gostam de Camões. Aprendem a língua porque precisam arranjar emprego”. Durante seis meses a jornalista da RTP Anabela Saint-Maurice viajou por locais do mundo onde o português tem importância estratégica. China, Angola e o Brasil é o triângulo deste documentário que será exibido esta segunda-feira.
Três países, três continentes diferentes que têm como ligação a língua portuguesa.
O documentário que a RTP apresenta mostra o valor “que a língua pode ter para as pessoas comuns”. Em entrevista ao noticias.rtp.pt, Anabela Saint-Maurice explicou que “Além de Nós” não é um “trabalho sobre o valor cultural da língua portuguesa” mas sobre a importância que pode ter em várias regiões do globo como “meio de cooperação”.
“Não podia estar em todos os sítios por isso apoiei-me no olhar sobre a economia e globalização”.
A viagem começa pela China e Macau, onde a divulgação do português é hoje maior do que há 10 anos. A valorização da língua está relacionada com os interesses económicos em Angola e no Brasil.
“Na China há um mercado de trabalho razoável por causa de Angola e portanto há um interesse com a língua portuguesa”, disse Saint-Maurice.
“As universidades de Pequim e Xangai têm licenciaturas de português com 20 a 25 alunos por ano. As próprias universidades arranjam emprego porque as empresas chinesas, muitas vezes do Estado, colocam os estudantes em várias partes”.
A viagem continua pelo Brasil, onde está a ser implementada uma universidade luso-afro-brasileira na pequena cidade de Redenção, em Fortaleza.
“Vão formar quadros dos Palop em Fortaleza”, disse Saint-Maurice. “Intercâmbio académico e internacional. Nesse aspecto a língua portuguesa tem alguma vitalidade”.
A jornalista da RTP passou também por São Paulo onde, curiosamente, existe “o único museu de língua portuguesa em todo o mundo”. “O Museu de Língua Portuguesa é um sucesso no Brasil, moderno, com exposições multimedia, interactivas”. No documentário, Anabela Saint-Maurice reforça a importância dos “falantes de português no Brasil para a tal grandeza da língua portuguesa”.
Finalmente, Angola, onde a reconstrução do país passa também pelo investimento na educação. “Fui para Angola porque há um projecto importante de Portugal – Programa Saber Mais -, anunciado há dois anos, e que agora arrancou. O objectivo é enviar 200 portugueses para as várias províncias de Angola".
"O sistema de ensino em Angola tem falta de quadros", disse. "Têm escolas construídas pelos chineses em seis meses mas a formação de um quadro leva anos. É o grande problema de Angola".
A jornalista da RTP visitou jovens portugueses que estão a ensinar professores angolanos na cidade do Namibe. “A maioria são jovens, mas há também o caso de pessoas que estão há vários anos neste ritmo de cooperação”.
É o caso de Miguel Gullander que, disse Saint-Maurice, está no Namibe por realização pessoal porque “sente que o seu trabalho é muito mais válido do que se estivesse em Portugal”. “Gullander diz que é como ser surfista: temos que procurar a melhor onda para aquilo que queremos”.
O documentário “Além de Nós”, rodado nos últimos seis meses, vai ser exibido na RTP 1 esta segunda-feira às 21h26, na RTP África às 21h45 e na RTPi às 23h00.
O trabalho é da autoria e realização de Anabela Saint-Maurice, com produção de Lila LAcerda e Ana Lucas, edição de Mário Rui Miranda e pós-produção áudio de Rui Soares.
O documentário que a RTP apresenta mostra o valor “que a língua pode ter para as pessoas comuns”. Em entrevista ao noticias.rtp.pt, Anabela Saint-Maurice explicou que “Além de Nós” não é um “trabalho sobre o valor cultural da língua portuguesa” mas sobre a importância que pode ter em várias regiões do globo como “meio de cooperação”.
“Não podia estar em todos os sítios por isso apoiei-me no olhar sobre a economia e globalização”.
A viagem começa pela China e Macau, onde a divulgação do português é hoje maior do que há 10 anos. A valorização da língua está relacionada com os interesses económicos em Angola e no Brasil.
“Na China há um mercado de trabalho razoável por causa de Angola e portanto há um interesse com a língua portuguesa”, disse Saint-Maurice.
“As universidades de Pequim e Xangai têm licenciaturas de português com 20 a 25 alunos por ano. As próprias universidades arranjam emprego porque as empresas chinesas, muitas vezes do Estado, colocam os estudantes em várias partes”.
A viagem continua pelo Brasil, onde está a ser implementada uma universidade luso-afro-brasileira na pequena cidade de Redenção, em Fortaleza.
“Vão formar quadros dos Palop em Fortaleza”, disse Saint-Maurice. “Intercâmbio académico e internacional. Nesse aspecto a língua portuguesa tem alguma vitalidade”.
A jornalista da RTP passou também por São Paulo onde, curiosamente, existe “o único museu de língua portuguesa em todo o mundo”. “O Museu de Língua Portuguesa é um sucesso no Brasil, moderno, com exposições multimedia, interactivas”. No documentário, Anabela Saint-Maurice reforça a importância dos “falantes de português no Brasil para a tal grandeza da língua portuguesa”.
Finalmente, Angola, onde a reconstrução do país passa também pelo investimento na educação. “Fui para Angola porque há um projecto importante de Portugal – Programa Saber Mais -, anunciado há dois anos, e que agora arrancou. O objectivo é enviar 200 portugueses para as várias províncias de Angola".
"O sistema de ensino em Angola tem falta de quadros", disse. "Têm escolas construídas pelos chineses em seis meses mas a formação de um quadro leva anos. É o grande problema de Angola".
A jornalista da RTP visitou jovens portugueses que estão a ensinar professores angolanos na cidade do Namibe. “A maioria são jovens, mas há também o caso de pessoas que estão há vários anos neste ritmo de cooperação”.
É o caso de Miguel Gullander que, disse Saint-Maurice, está no Namibe por realização pessoal porque “sente que o seu trabalho é muito mais válido do que se estivesse em Portugal”. “Gullander diz que é como ser surfista: temos que procurar a melhor onda para aquilo que queremos”.
O documentário “Além de Nós”, rodado nos últimos seis meses, vai ser exibido na RTP 1 esta segunda-feira às 21h26, na RTP África às 21h45 e na RTPi às 23h00.
O trabalho é da autoria e realização de Anabela Saint-Maurice, com produção de Lila LAcerda e Ana Lucas, edição de Mário Rui Miranda e pós-produção áudio de Rui Soares.
