No âmbito das comemorações do Ano Internacional da Física, o serviço de Ciência da Fundação Calouste Gulbenkian vai organizar uma exposição intitulada "à luz de Einstein 1905-2005" que estará aberta ao público entre 4 de Outubro e 15 de Janeiro de 2006.

De acordo com a fundação, a exposição pretende ilustrar como o conhecimento da natureza foi evoluindo ao longo de 2.500 anos, desde a Grécia Antiga até ao "annus mirabilis" de 1905 (o ano em que Einstein formulou a Teoria da Relatividade) e, posteriormente, ao longo de todo o século XX, evocando os grandes feitos permitidos pela Física.

Como ponto de partida haverá uma introdução histórica, denominada "A biblioteca do saber", da Grécia Antiga ao século XIX, que é apresentada em seis espaços diferentes, com um conjunto de objectos emblemáticos da ciência que se fazia em cada um deles.

O visitante será conduzido através desses espaços, que vão do liceu aristotélico, a uma universidade medieval, a uma corte renascentista, a uma sociedade científica, a um gabinete de Física e a uma universidade do século XIX.

Passada esta parte introdutória, a exposição tem vários outros módulos dedicados ao século XX: começa com a "ruptura de 1905", mostra alguns aspectos dos importantes progressos científicos dos últimos cem anos e termina com algumas perspectivas da obra de Einstein para o futuro.

O ano 1905 foi um marco histórico na fundação da física moderna, uma vez que foi nesse ano que Albert Einstein publicou quatro artigos que vieram revolucionar os conceitos da física, transformando- a profundamente.

A parte da exposição dedicada à vida e obra de Einstein vai recriar o ambiente da casa do físico, com especial atenção para os momentos marcantes do seu trabalho científico, a que se acrescentam apontamentos da sua vida pessoal.

Nos artigos que publicou, Einstein desenvolveu a teoria do efeito fotoeléctrico, dando vida ao conceito de fotão como partícula de luz, a teoria do movimento browniano, que permitiu provar a existência real de átomos e a teoria da relatividade restrita, que alterou profundamente as concepções de espaço e de tempo.

Einstein demonstrou ainda a equivalência entre massa e energia, expressa na mais famosa fórmula física, E=mc2.

Em 1916, Einstein propôs o mecanismo de emissão estimulada de radiação, uma espécie de clonagem perfeita de fotões, que deu origem nos anos 50 à invenção dos lasers, actualmente ferramenta fundamental do desenvolvimento tecnológico.

A exposição recria o ambiente de um laboratório moderno de lasers, num espaço dedicado à exploração das propriedades da luz.

Num outro espaço, o visitante parte à descoberta da física numa viagem pelo quotidiano, pelas suas aplicações na cultura e nas comunicações, como acontece com os telemóveis, os computadores portáteis ou as fotografias digitalizadas.

A exposição abordará também a forma como a física é cada vez mais utilizada na medicina, nomeadamente através de luzes e aparelhos que permitem observar a anatomia do corpo e actividade de órgãos, tecidos e artérias no interior do corpo humano.

Vários monitores, responsáveis pelas visitas guiadas, estarão disponíveis para acompanhar os visitantes, sobretudo alunos do terceiro ciclo do ensino básico e ensino secundário.

A partir dessas visitas será organizado ainda um concurso para jovens, denominado "O físico prodigioso", com vista a estimular o interesse pela física.

A exposição estará patente na Galeria de Exposições Temporárias da Sede da Fundação. Paralelamente decorre no Auditório 2 um ciclo de palestras semanais, de entrada livre, destinadas ao público em geral e sobretudo aos jovens, sobre tópicos diversos da física actual.