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Abusos na Igreja. Grupo VITA recebeu 78 pedidos de compensação financeira em dois anos
Criado pela Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) para acompanhar as situações de abuso sexual na Igreja Católica, o Grupo VITA faz um balanço positivo de dois anos de trabalho. Até ao momento, foi contactado por um total de 130 vítimas, sendo que dos 78 pedidos de compensação financeira recebidos até agora "foram avaliadas 51 pessoas, estando as restantes agendadas até ao final do mês de julho".
Em comunicado divulgado esta quinta-feira, o Grupo VITA diz acreditar que, a partir de setembro, será possível “discutir os montantes indemnizatórios” pela comissão organizada pela Igreja Portuguesa.
No sentido de sensibilizar e capacitar as “diversas estruturas da Igreja, o Grupo VITA mantém um Roteiro pelas Dioceses e por diversos Institutos de Vida Consagrada e Sociedades de Vida Apostólica”.
Os homens e nas faixas etárias mais velhas continuam a predominar os pedidos de ajuda porque “vivenciaram uma situação abusiva há várias décadas”.Os apoios psicológicos são os mais “solicitados”, logo a seguir surge o psiquiátrico.
O Grupo VITA sublinha também que sente “uma confiança crescente por parte das vítimas de violência sexual e, também, das diversas estruturas da Igreja”.
Até porque no início foi sentida “alguma desconfiança, não só por parte das pessoas de uma maneira em geral, mas sobretudo por algumas estruturas da Igreja", sublinha a coordenadora do grupo, Rute Agulhas, em declarações à agência Lusa.Existia "menos disponibilidade" de colaboração,
"quase como se o grupo Vita estivesse a impor-se ou ocupar aqui um
espaço que algumas estruturas sentiam como sendo delas", explicou Rute
Agulhas.
No sentido de sensibilizar e capacitar as “diversas estruturas da Igreja, o Grupo VITA mantém um Roteiro pelas Dioceses e por diversos Institutos de Vida Consagrada e Sociedades de Vida Apostólica”.
Até agora foram abrangidas mais de 3.600 pessoas, nomeadamente “padres, diáconos, catequistas, professores de Educação Moral e Religiosa Católica, docentes e não docentes de escolas católicas, agentes pastorais e elementos de IPSS”.
De acordo com o comunicado, o Grupo VITA também tem sido contactado cada vez mais pelas “entidades da sociedade civil”.
O apoio é pedido, em especial, pelas Comissões de Proteção de Crianças e Jovens e as Câmaras Municipais.