Actor Victor de Sousa nega conhecer principal arguido Carlos Silvino

O actor Victor de Sousa afirmou, como testemunha no julgamento do processo Casa Pia, não conhecer o principal arguido e ex -motorista casapiano Carlos Silvino da Silva (Bibi).

Agência LUSA /

Dos sete arguidos em julgamento, o actor disse conhecer Carlos Cruz des de 1978, altura em que participou no espectáculo "Felizardo e Companhia" com Rau l Solnado, tendo mais tarde sido convidado para o casamento do apresentador de t elevisão com Marluce.

Quanto ao arguido Jorge Ritto, Victor de Sousa admitiu que se cruzou um a vez com o embaixador num restaurante, em que jantaram na mesma sala, tendo fic ado sentado numa mesa com uma pessoa que conhecia o diplomata.

Victor de Sousa garantiu que nunca entrou nas instalações principais da Casa Pia ou colégios da instituição e, confrontado com o nome das alegadas víti mas de abuso sexual, disse não conhecer nenhum dos jovens.

O actor assegurou, também, não conhecer a chamada casa dos "R`s" no Res telo, onde alegadamente ocorreram abusos, embora conheça o bairro lisboeta, onde há dois estúdios de gravação.

A testemunha disse ainda não conhecer pessoalmente o ex-porta-voz do Pa rtido Socialista Paulo Pedroso (que chegou a ser arguido no processo), embora te nha sabido, posteriormente, que ambos estiveram juntos num jantar de apoio à can didatura de Mário Soares, que decorreu na Feira Internacional de Lisboa (FIL).

"Nunca vi Paulo Pedroso à minha frente", afirmou.

O actor disse que conheceu Carlos Mota, considerando que este era mais um "oficial às ordens" de Carlos Cruz do que propriamente um secretário pessoal, negando que alguma vez este o tenha apresentado a Bibi.

A testemunha negou que alguma vez tenha estado com Carlos Cruz na paste laria Pastéis de Belém, embora admitisse já ter ido àquele estabelecimento quand o fez gravações na zona dos Jerónimos.

A defesa de Bibi requereu uma acareação entre Victor de Sousa e Carlos Silvino, mas a juíza Ana Peres acabou por indeferir após ouvir o Ministério Públ ico e os advogados.

Durante a sessão da manhã, o tribunal ouviu ainda, entre outras testemu nhas, a directora do extinto semanário O Independente, Inês Serra Lopes, que exp licou os motivos pelos quais se quis encontrar com Ana Paula Valente, amiga de B ibi.

"Queria saber se ela conhecia uma pessoa que se queria fazer passar por Carlos Cruz (sósia)", disse a jornalista.

Inês Serra Lopes justificou que não entregou as fotografias do alegado sósia de Carlos Cruz à polícia porque estava a trabalhar como jornalista e, se a história fosse verdadeira, era "notícia" a ser publicada em O Independente.

A testemunha, que é filha de um dos advogados de defesa de Carlos Cruz, Serra Lopes, disse "não ser verdade" que tivesse pedido a Ana Paula Valente par a entregar as fotos do alegado sósia de Carlos Cruz à Polícia Judiciária.

Inês Serra Lopes negou ainda que se tenha encontrado com o então advoga do de Bibi, Dória Vilar, admitindo, contudo, que um advogado seu conhecido chego u à fala com o defensor de Bibi, na altura, por causa da questão do sósia de Car los Cruz.

A jornalista disse também ter tentado falar com o embaixador e arguido Jorge Ritto, mas "sem efeito".

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