"Acusação desonesta". Sócrates acusa MP de se entreter com a sua "vida privada"

Terminou a sexta sessão do julgamento de José Sócrates, que decorreu esta terça-feira no Campus de Justiça. O ex-primeiro-ministro volta na quarta-feira ao tribunal para prestar mais esclarecimentos, depois de ter acusado o Ministério Público de "profunda desonestidade" e de não ter apresentado provas que sustentem a acusação.

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Foto: Ana Serapicos - RTP

O antigo primeiro-ministro José Sócrates alegou, nesta sessão no tribunal, que foi a banca e não, como sustenta o Ministério Público, o grupo Lena que beneficiou com o chumbo pelo Tribunal de Contas, em 2012, do projeto do TGV.

"Hoje ficou clara a profunda desonestidade com que foi feita esta acusação. Esconderam as provas. Esconderam que foi o Governo de Passos Coelho que ficou com o financiamento e que pagou a indemnização. E ficou claro que pagaram a indemnização aos bancos, não à empresa Lena", apontou José Sócrates, à saída do tribunal.

O antigo governante afirmou aos jornalista ter passado "uma manhã inteira a mostrar que a acusação é completamente desonesta" e lamentou que "o que o Ministério Público tem para discutir" é se jantou "em casa de Ricardo Salgado".

E continuou: "A Lena perdeu dinheiro com o concurso do TGV".

"Eu desmontei e não ficou pedra sobre pedra na acusação da PT e da Lena", adiantou. "E o Ministério Público não apresentou nada. Entreteve-se aqui com aquilo que fez sempre: a devassa da minha vida privada".

José Sócrates está a ser julgado, no processo Operação Marquês, por, entre outras acusações, ter sido alegadamente corrompido pelo grupo empresarial Lena para que o consórcio que o grupo integrava, e que em 2010 venceu o concurso para a construção do troço Poceirão-Caia da linha de alta velocidade, fosse indemnizado caso o Tribunal de Contas chumbasse o projeto, como acabaria por acontecer.


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