Realizada na sede da Sociedade de Geografia de Lisboa, a conferência proferida pelo especialista em assuntos islâmicos António Dias Farinha, foi promovida pelas Comissões de Estudos Luso-Árabes, Europeia e Relações Internacionais e pelo Instituto Luso-Árabe para a Cooperação, e centrou-se na temática do mundo árabe e islâmico na sociedade portuguesa.

Grato e honrado com a homenagem do Instituto, Adriano Moreira afirmou com alguma ironia: "Eu sempre tive a impressão que em Portugal as virtudes são retroactivas - cada vez que nos vamos afastando da vida pública, começamos a parecer mais aceitáveis".

O actual presidente da Academia de Ciência de Lisboa acentuou a importância da Sociedade da Geografia em Portugal, em especial "no estudo das comunidades portuguesas fora das fronteiras". "Aqui foram feitos os primeiros estudos sobre a emigração", disse Adriano Moreira.

É a terceira atribuição desta homenagem pelo Instituto Luso-Árabe para a Cooperação, que visa a distinção de personalidades ilustres - portuguesas ou de países árabes.

O Instituto havia já distinguido o Presidente da Argélia, Abdelaziz Bouteflika, por ocasião da sua visita de Estado a Portugal em 2005, e o líder líbio Muammar Kadafi, quando da sua participação na Cimeira Europa/África em Dezembro, em Portugal.

O professor universitário Armando Marques Guedes, na sua qualidade de presidente da Comissão das Relações Institucionais do Instituto Luso-Árabe para a Cooperação, justificou a escolha de Adriano Moreira em três planos: ao nível político, académico e de cidadania.

"[Politicamente], Adriano Moreira foi Ministro do Ultramar, foi parlamentar e deputado, foi presidente do CDS/PP depois do 25 de Abril (...) Foi o introdutor, a nível académico, da Ciência Política e das Relações Internacionais em Portugal", frisou Marques Guedes.

No plano da cidadania, Marques Guedes acentuou a militância ética e política incessante de Adriano Moreira: "Tem sido um autor de intervenção em palcos públicos - na televisão, nos jornais, nas universidades, junto ao Estado como consultor de entidades públicas - e tem sido um `opinion-maker` notável na influência que exerce", sublinhou.

Adriano Moreira terminou a cerimónia com uma aprendizagem sua de vida: "Nós não escolhemos nunca o país onde nascemos e as nações a que pertencemos mas decidir ficar é um acto de amor. Eu decidi ficar, espero que vocês também decidam ficar."

GZN.

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