Afogamentos matam mais de 50 crianças e jovens em quatro anos

O balanço é dos últimos quatro anos e é revelado no dia em que arranca a Campanha de Prevenção de Afogamentos de Crianças e Jovens em Portugal. Mais uma edição em que o comunicado conjunto da APSI e da GNR lembra que o afogamento "ocorre de forma rápida, silenciosa e em pouca água".

Cristina Santos - RTP /
Foto: Tim Marshall - Unsplash

Entre 2020 e 2023, morreram 55 crianças e jovens por afogamento. Os dados do INE mostram que foi na faixa etária entre os 15 e os 19 anos que se registaram mais vítimas mortais: 24

Até aos quatro anos morreram 19 crianças, entre os dez e os 14 anos foram registadas oito vítimas mortais e, por último, afogaram-se quatro crianças que tinham entre cinco e nove anosA análise feita pela Associação para a Promoção da Segurança Infantil (APSI), a partir de casos relatados na imprensa, os rapazes afogam-se mais, é nas piscinas, em especial nas particulares, que há mais afogamentos. 
“A maior parte dos afogamentos em piscinas foi com crianças dos zero aos quatro anos. Nos rios/ribeiras/lagoas aconteceram mais no grupo dos dez aos 14 anos; nas praias verificaram-se mais no grupo dos dez aos 14 anos”.

Como esperado aconteceram mais “em julho, agosto e junho”.
A APSI avisa que, tendo em conta ”o maior número de casos de afogamentos fatais e não fatais registados na imprensa nos últimos cinco anos”, tudo indica haver uma inversão na tendência de diminuição que se registava “nos últimos 20 anos”. Isto porque “a tendência inverteu-se nos últimos quatro”.

“Na década passada, o valor médio do número de mortes situava-se abaixo das dezenas, na maioria dos anos (oito, nove/ano)”, desde 2020 os números “estão a revelar-se absolutamente devastadores”. “A média anual ascendeu aos 14 mortos e também as chamadas para o 112 (incluindo acidentes de mergulho) não tem parado de aumentar”, sublinha a APSI.
Para além das mortes por afogamento, registam-se 650 internamentos na sequência de afogamento, “o que significa que, por cada criança que morre, aproximadamente duas são internadas (total dos 22 anos)”.
Antena 1

A Associação para a Promoção da Segurança Infantil (APSI) pede que passe a ser obrigatório “haver barreiras verticais nas piscinas” e quer uma estratégia nacional para a prevenção dos afogamentos.
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