País
"Agiu de má fé". Diretor da Faculdade de Medicina acusa reitor de "declarações oportunistas"
O diretor da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto disse, em entrevista à RTP, que as alegações do reitor desta instituição são "falsas e oportunistas".
"Fui surpreendido com uma série de declarações ao Expresso por parte do senhor reitor da Universidade do Porto que, no meu entender, são ou indiciam alegações falsas e oportunistas", começou por afirmar Altamiro Costa Pereira.
De acordo com o diretor da faculdade, o referido concurso é para candidatos a Medicina que já sejam licenciados noutros cursos. E, desde há alguns anos, que as faculdades são obrigadas a terem vagas e a admitir candidatos licenciados. Mas no caso da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, há um regulamento "mais seletivo, mais difícil" e por isso, no ano passado, "não entrou nenhum" candidato.
"Compete à Faculdade de Medicina elaborar o regulamento, fazer a pré-seleção, tudo. Mas no final, compete ao reitor homologar os resultados. Isso é uma coisa que não há em mais lado nenhum e foi o que deu a infelicidade neste caso", explicou o diretor.
"Compete à Faculdade de Medicina elaborar o regulamento, fazer a pré-seleção, tudo. Mas no final, compete ao reitor homologar os resultados. Isso é uma coisa que não há em mais lado nenhum e foi o que deu a infelicidade neste caso", explicou o diretor.
"Desta vez, o reitor não homologou os resultados".
Em 2019, segundo o diretor, o mesmo reitor homologou os resultados da Faculdade de Medicina e "entraram 37 estudantes, todos [com notas] abaixo de 14".
Em 2019, segundo o diretor, o mesmo reitor homologou os resultados da Faculdade de Medicina e "entraram 37 estudantes, todos [com notas] abaixo de 14".
O processo é legal, garantiu o Professor Altamiro Costa Pereira, e por isso os candidatos foram contactados pela faculdade.
"O que aconteceu, pela primeira vez, foi que o senhor reitor decidiu não homologar uma coisa enviada pela Faculdade de Medicina", continuou, acrescentando que o reitor o devia ter contactado a explicar porquê que não homologou a entrada dos candidatos e o que é que achava que devia ser alterado no regulamento.
"O que aconteceu, pela primeira vez, foi que o senhor reitor decidiu não homologar uma coisa enviada pela Faculdade de Medicina", continuou, acrescentando que o reitor o devia ter contactado a explicar porquê que não homologou a entrada dos candidatos e o que é que achava que devia ser alterado no regulamento.
Questionado sobre quem é que mentiu - se o ministro da Educação ou o reitor da Universidade do Porto - Altamiro Costa Pereira assume que houve "má comunicação", por parte da Reitoria e da Faculdade de Medicina.
"O meu erro foi ter confiado no senhor reitor", justificou. "O senhor reitor tem, as suas filiações partidárias e políticas", acrescentou, apontando-lhe razões "oportunistas".
Para o diretor da faculdade, o reitor pôs em causa a credibilidade da instituição de Ensino Superior, para além da sua própria credibilidade.
Questionado, novamente, se o reitor mentiu, o dirigente da FMUP respondeu: "o senhor reitor agiu de má fé".
"Do ponto de vista estritamente factual, não mentiu. Do ponto de vista político e do ponto de vista de tudo, foi completamente incoerente com tudo o que fez no passado. Porque está oportunisticamente".
"O meu erro foi ter confiado no senhor reitor", justificou. "O senhor reitor tem, as suas filiações partidárias e políticas", acrescentou, apontando-lhe razões "oportunistas".
Para o diretor da faculdade, o reitor pôs em causa a credibilidade da instituição de Ensino Superior, para além da sua própria credibilidade.
Questionado, novamente, se o reitor mentiu, o dirigente da FMUP respondeu: "o senhor reitor agiu de má fé".
"Do ponto de vista estritamente factual, não mentiu. Do ponto de vista político e do ponto de vista de tudo, foi completamente incoerente com tudo o que fez no passado. Porque está oportunisticamente".
E já no final da entrevista acrescentou: "Lamento muito que um reitor use a sua própria universidade para satisfazer os seus interesses políticos".
Pouco antes, a Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) afirmou, em comunicado, desconhecer a existência de qualquer forma de pressão junto das pessoas envolvidas no processo de seleção de candidatos e, a confirmarem-se as alegações, repudia-as terminantemente.
“A FMUP desconhece a existência de qualquer forma de pressão junto das pessoas envolvidas neste processo de seleção de candidatos e, a confirmarem-se estas alegações, repudia-as terminantemente”, assinala a nota de imprensa.
No comunicado, a FMUP “lamenta ainda o facto de o reitor da Universidade do Porto não ter contactado previamente o diretor da FMUP para esclarecer este tema, antes de vir a público, criando desinformação e desacreditando o bom nome das instituições envolvidas, ou seja, da Faculdade de Medicina e da própria Universidade do Porto”.
A faculdade “lamenta também que, quando o reitor da U.Porto decidiu, de forma igualmente inesperada e unilateral, não homologar os resultados que lhe foram enviados pela Comissão de Seleção da Faculdade de Medicina, não tenha igualmente contactado diretamente com o seu responsável máximo, sugerindo-lhe designadamente que promovesse a alteração do regulamento”.
A FMUP lembra que o mesmo reitor “já tinha homologado, em 2019, exatamente com o mesmo regulamento, a entrada de 37 candidatos com nota na prova de conhecimentos inferior a 14 valores” e que essa homologação “foi considerada legal pelo Tribunal Administrativo e Fiscal do Porto” afirmando, por isso, “estranhar” que o reitor “assuma, desta vez, uma posição diametralmente oposta, prejudicando não só os candidatos que procuraram a mais reputada Escola Médica da Universidade do Porto, mas também o bom nome da faculdade e o da própria Universidade do Porto, insinuando uma série de inverdades mais próprias de um político do que de um Reitor”.
“Contrariamente à Reitoria da Universidade do Porto, a Faculdade de Medicina da U.Porto esteve desde sempre aberta a receber, de forma supranumerária, os candidatos aceites preliminarmente pela instituição, mas não aceites pela Reitoria da Universidade do Porto”, acrescenta-a FMUP que admite a “possibilidade de, involuntariamente, ter incorrido numa falha processual ao ter comunicado a todos os candidatos a ata final dos colocados, ainda antes da homologação do Reitor, para efeitos de pronúncia dos candidatos”.
“A FMUP desconhece a existência de qualquer forma de pressão junto das pessoas envolvidas neste processo de seleção de candidatos e, a confirmarem-se estas alegações, repudia-as terminantemente”, assinala a nota de imprensa.
No comunicado, a FMUP “lamenta ainda o facto de o reitor da Universidade do Porto não ter contactado previamente o diretor da FMUP para esclarecer este tema, antes de vir a público, criando desinformação e desacreditando o bom nome das instituições envolvidas, ou seja, da Faculdade de Medicina e da própria Universidade do Porto”.
A faculdade “lamenta também que, quando o reitor da U.Porto decidiu, de forma igualmente inesperada e unilateral, não homologar os resultados que lhe foram enviados pela Comissão de Seleção da Faculdade de Medicina, não tenha igualmente contactado diretamente com o seu responsável máximo, sugerindo-lhe designadamente que promovesse a alteração do regulamento”.
A FMUP lembra que o mesmo reitor “já tinha homologado, em 2019, exatamente com o mesmo regulamento, a entrada de 37 candidatos com nota na prova de conhecimentos inferior a 14 valores” e que essa homologação “foi considerada legal pelo Tribunal Administrativo e Fiscal do Porto” afirmando, por isso, “estranhar” que o reitor “assuma, desta vez, uma posição diametralmente oposta, prejudicando não só os candidatos que procuraram a mais reputada Escola Médica da Universidade do Porto, mas também o bom nome da faculdade e o da própria Universidade do Porto, insinuando uma série de inverdades mais próprias de um político do que de um Reitor”.
“Contrariamente à Reitoria da Universidade do Porto, a Faculdade de Medicina da U.Porto esteve desde sempre aberta a receber, de forma supranumerária, os candidatos aceites preliminarmente pela instituição, mas não aceites pela Reitoria da Universidade do Porto”, acrescenta-a FMUP que admite a “possibilidade de, involuntariamente, ter incorrido numa falha processual ao ter comunicado a todos os candidatos a ata final dos colocados, ainda antes da homologação do Reitor, para efeitos de pronúncia dos candidatos”.