Agricultores de Vila Real querem pedir calamidade pública

Vila Real, 30 Jan (Lusa) - Os agricultores com "milhares de euros" de prejuízos provocados pelo mau tempo reclamam a ajuda do Governo, a quem pedem a declaração do estado de calamidade, e reúnem-se quarta-feira com o governador civil de Vila Real.

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Armando Carvalho, dirigente da Confederação Nacional de Agricultores (CNA), disse hoje à agência Lusa que os agricultores reúnem-se às 14:30 de quarta-feira com o novo governador civil de Vila Real, Alexandre Chaves, para pedir o estado de calamidade na produção em estufa, que, na semana passada, foi devastada pelos ventos fortes que se fizeram sentir no distrito.

"A dimensão dos prejuízos é considerada por nós uma calamidade. Durante a reunião vamos fazer um balanço dos estragos e analisar saídas legais para ressarcir os agricultores afectados", salientou o responsável.

Armando Carvalho acrescentou que uma das soluções passa pela "compensação a fundo perdido", a qual diz que só pode ser atribuída se for declarado o estado de calamidade.

"Os estragos são localizados, mas dezenas de agricultores, um pouco por todo o distrito, apontam perdas de 100 por cento nas suas produções e infra-estruturas", frisou.

É que, de acordo com o dirigente, o mau tempo, nomeadamente chuva e ventos fortes que chegaram a atingir os 120 quilómetros/hora, afectaram as produções e "arrancaram ou partiram" as próprias estufas.

Armando Carvalho disse ainda que "estes prejuízos não estão cobertos por qualquer tipo de seguro, porque não existem seguradoras que os contratualizem".

"Estamos a falar de material e equipamento que não é objectivo de qualquer tipo de seguro", frisou.

Uma das agricultoras afectadas é Sandra Ribeiro, de 29 anos, que produz, em Fonteita, Vila Real, hortícolas que comercializa no concelho num projecto que começou há cerca de sete meses.

Sandra Ribeiro diz que a sua estufa ficou completamente destruída, num prejuízo, ao nível das infra-estruturas, de cerca de 60 mil euros, e que a produção também ficou completamente arruinada.

Também Jorge Alves, agricultor de 27 anos de Carlão, Alijó, fala em avultados prejuízos ao nível das infra-estruturas e na destruição de 70 por cento da produção.

O jovem agricultor investiu 120 mil euros numa estufa de flores cravíneas que vendia em Portugal e exportava, chegando a empregar, na altura do Verão, até 10 pessoas.

A Associação de Floricultores de Portugal referiu que o mau tempo devastou cerca de quatro hectares de produção florícola na região de Chaves, registando prejuízos em 15 floricultores que apontam prejuízos de centenas de milhares de euros.

PLI.

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