O cabeça de lista da coligação PSD/CDS-PP às regionais madeirenses rejeitou hoje que a solução para o acesso dos jovens à habitação seja acabar com o turismo ou o alojamento local, defendendo uma aposta na construção de casas.
"Ou são idiotas ou então querem-nos fazer de idiotas. Este problema do acesso dos jovens à habitação não se resolve acabando com o alojamento local, não se resolve acabando com o turismo, não se resolve destruindo a economia, resolve-se com um governo como o nosso que está a fazer 600 casas já para 2024 em todos os concelhos da região para disponibilizar para os jovens casais e para os jovens terem um arrendamento que podem converter ao fim seis anos em aquisição da casa", disse Miguel Albuquerque.
Numa intervenção num comício na freguesia dos Canhas, no concelho da Ponta do Sol, Miguel Albuquerque, que lidera o Governo Regional desde 2015, abordou hoje pela primeira vez desde o início da campanha eleitoral os problemas no acesso à habitação, com críticas implícitas às medidas aprovadas pelo Governo da República no âmbito do programa Mais Habitação.
"As pessoas estão a ganhar dinheiro como nunca ganharam no alojamento local, os hotéis estão cheios, o comércio e a restauração está cheia [...], está tudo `a bombar` e o problema, dizem eles, é o turismo e os residentes estrangeiros", afirmou.
Antes, Miguel Albuquerque tinha já falado da forma como a Madeira se está a transformar numa "região de mobilidade social, numa região cosmopolita, aberta ao mundo", num arquipélago na "vanguarda da tecnologia".
"Começou aqui durante a [pandemia de] covid com os nómadas digitais. Hoje já temos um volume de negócio das empresas digitais, onde muitos dos nossos jovens estão empregados, de 521 milhões de euros em 2021", salientou, considerando extraordinário como os resultados surgem quando "se aposta naquilo que é correto".
Na freguesia do Canhas, o também líder do PSD/Madeira deixou ainda uma promessa que mereceu aplausos dos apoiantes: se vencer as eleições de dia 24 e constituir Governo, será construída a ligação por via rápida à freguesia.
Renovando os apelos para que todos votem nas legislativas madeirenses, porque "o excesso de confiança numa eleição é nefasto", Miguel Albuquerque recordou a forma como PSD e CDS-PP governaram nos últimos quatro anos, "sem um único problema e conflito".
"Acima de nós, dos nossos egos, está sempre a vontade do nosso povo", assegurou.
Antes, numa curta intervenção, o líder do CDS-PP e número dois na lista da coligação, Rui Barreto, falou da unidade do executivo e alertou para os riscos do voto em "partidos divisionistas".
"Olhem para Espanha e para a balbúrdia que está a acontecer", argumentou.
Nas anteriores eleições regionais, em 2019, o PSD falhou pela primeira vez a maioria absoluta num sufrágio na região desde 1976, optando por celebrar um compromisso de coligação com o CDS-PP para garantir a sua continuidade na governação.
As legislativas da Madeira decorrem em 24 de setembro, com 13 candidaturas a disputar os 47 lugares no parlamento regional, num círculo eleitoral único.
PTP, JPP, BE, PS, Chega, RIR, MPT, ADN, PSD/CDS-PP (coligação Somos Madeira), PAN, Livre, CDU (PCP/PEV) e IL são as forças políticas que se apresentam a votos.
Nas anteriores regionais, os sociais-democratas elegeram 21 deputados e o CDS-PP três parlamentares. O PS alcançou 19 mandatos, o JPP três e a CDU um.