Alcochete. Bruno de Carvalho aguarda interrogatório judicial

por RTP
O advogado do ex-presidente do Sporting afirma que as diligências deste fim de semana tiveram um “propósito vexatório” Rodrigo Antunes - Lusa

Detido no domingo, Bruno de Carvalho passou a última noite nas instalações da GNR em Alcochete e só vai ser ouvido na terça-feira por um juiz de instrução criminal. O ex-presidente do Sporting e o líder da claque Juve Leo, igualmente detido, são suspeitos de terem coordenado a invasão da Academia do clube.

A operação teve início com buscas à casa de Bruno de Carvalho em Lisboa, diligência que se terá prolongado até às 22h00. A detenção do ex-dirigente desportivo foi concretizada pouco antes das 18h00.Bruno de Carvalho tem dupla nacionalidade – portuguesa e moçambicana. As medidas de coação têm de ser aplicadas nas próximas 48 horas.


Bruno de Carvalho foi levado para o posto da Guarda Nacional Republicana em Alcochete. É lá que se encontra detido e a aguardar o primeiro interrogatório judicial.

Também o número um da Juve Leo, Nuno Mendes, conhecido como Mustafá, foi detido na sede da claque, junto ao Estádio de Alvalade, onde as autoridades fizeram buscas. Está nesta altura detido no posto da GNR da Pontinha e deve ser presente esta segunda-feira a um juiz de instrução criminal.

São ambos suspeitos de terem ordenado e coordenado a invasão da Academia de Alcochete, durante a qual a equipa de futebol do Sporting foi alvo de agressões - Bruno de Carvalho e Mustafá são suspeitos, concretamente, de terrorismo e autoria moral de ofensas à integridade física e sequestro.

Em declarações à RTP, o advogado de Bruno Carvalho criticou a forma como as diligências foram levadas a cabo.

José Preto repudiou o facto de o ex-presidente leonino ter sido detido à noite e uma semana depois de se ter deslocado ao Departamento de Investigação e Ação Penal para colaborar com a justiça.

O advogado confirmou ainda que foi apreendido material informático.
40 detenções

O caso da invasão da Academia de Alcochete soma agora 40 detenções. Até domingo estavam em prisão preventiva 38 suspeitos.

Os arguidos que aguardam julgamento em prisão preventiva são suspeitos de terrorismo, ofensa à integridade física qualificada, ameaça agravada, sequestro e dano com violência.

As detenções de Bruno de Carvalho e Mustafá foram confirmadas ainda no domingo pela Procuradoria-Geral da República, que indicou que os suspeitos seriam “oportunamente presentes ao Juiz de Instrução Criminal para aplicação das medidas de coação”.

“Ao abrigo do disposto no art.º 86.º, n.º 13, al. b), do Código de Processo Penal, confirma-se que foram efetuadas duas detenções no âmbito do inquérito relacionado com as agressões na Academia do SCP em Alcochete”, afirmou em comunicado a PGR.

As agressões na Academia do Sporting em Alcochete aconteceram a 15 de maio, quando um grupo de aproximadamente 40 alegados adeptos – encapuzados – agrediu jogadores, treinadores e outros elementos da equipa.

A GNR deteve no mesmo dia 23 pessoas, número que foi aumentando à medida que as investigações progrediram.

c/ Lusa
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