Ameaça de justiça pelas próprias mãos em Trancoso

Dezenas de populares estavam hoje a cercar a casa onde se encontra a mulher do presumível homicida do presidente da junta de freguesia de Vila Franca das Naves, no concelho de Trancoso, e ameaçam fazer jus tiça pelas próprias mãos.

Agência LUSA /

Miguel Madeira, presidente e candidato do PSD à junta de freguesia de V ila Franca das Naves, foi morto a tiro por João Loureiro a 27 de Setembro, no pr imeiro dia da campanha autárquica, sendo a mulher deste considerada pela polícia como "a principal instigadora do acto de violência".

Os populares começaram a concentrar-se junto à casa do presumível homic ida, onde se encontra a sua mulher, Amália, durante a manhã de hoje, tendo já po sto a circular um abaixo-assinado em que exigem a sua expulsão, "porque não tem mais lugar em Vila Franca das Naves".

Deslocaram-se, entretanto, para o local elementos da GNR de Vila Franca das Naves, Trancoso e do Núcleo de Investigação Criminal de Pinhel, estando a p orta principal da residência a ser guardada por um militar da GNR armado de metr alhadora, impedindo o acesso ao local.

Face aos ânimos exaltados, o comandante distrital da GNR, major Óscar R ocha, disse à Lusa que vai reforçar a segurança, temendo eventuais incidentes.

"Atiramo-nos a ela!", ameaçaram alguns dos habitantes, que não parecem preocupados com a presença das autoridades.

Segundo disseram à Lusa, Amália encontra-se desde terça-feira na sua re sidência, mas os vizinhos do bairro das Flores só hoje confirmaram a sua presenç a porque a mulher veio para a rua esperar um táxi para ir visitar o marido, que está detido no estabelecimento prisional da Guarda.

Os vizinhos afirmaram que já desconfiavam que a mulher havia regressado , porque viam as luzes acesas na residência, mas só hoje a viram.

Adiantaram ainda que Amália terá ameaçado "matar mais dois ou três" qu ando se apercebeu da concentração dos populares e mostrava impaciência devido à demora do táxi, tendo acabado por recolher a casa, fechando os portões.

A mulher chegou a ser detida pela Polícia Judiciária, mas foi depois l ibertada com Termo de Identidade e Residência (TIR).

JD/RCR.

Lusa/Fim


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