Amêndoas de Portalegre, 70 anos de tradição em risco

As amêndoas de Portalegre, confeccionadas há 70 anos por uma família que foi passando o segredo de geração em geração, correm o risco de desaparecer por não existirem pessoas interessadas em dar continuidade a esta tradição.

Agência LUSA /

Segundo José Maria Vintém que, com a mulher, dá continuidade numa pequena fábrica à tradição iniciada nos anos 30, a maioria dos clientes é da região, mas nos últimos anos têm recebido muitas encomendas, sobretudo de Lisboa e Évora.

"A fama das amêndoas de Portalegre já vai chegando longe, mas é pena que não haja quem queira dar continuidade a esta tradição", disse.

Para José Vintém a falta de pessoas que dêem continuidade a esta actividade poderá estar relacionada com o facto de só permitir ocupação dois meses por ano.

"As pessoas procuram um emprego que lhes garanta uma maior segurança, o que esta actividade não permite", sublinhou.

As amêndoas "brancas" e de chocolate de Portalegre que são postas à venda nesta quadra festiva começam a ser confeccionadas dois meses antes da Sexta-feira Santa, para que cheguem nas melhores condições ao consumidor.

"As amêndoas, passado algum tempo, começam a apresentar manchas devido à própria oleosidade", explica.

Durante dois meses o casal Vintém trabalha sete horas diárias para confeccionar mais de mil quilos de amêndoas, que chegam ao consumidor em pacotes de cinco quilos ou de 250 gramas.

Quanto ao segredo das amêndoas de Portalegre continua guardado a "sete chaves". Sabe-se apenas que à amêndoa é adicionada calda de açúcar ou de chocolate e que as mesmas são confeccionadas em caldeiras de cobre.

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