Ampliação de creche na Trofa pronta há cinco meses aguarda autorização para abrir

por Lusa

Os Bombeiros Voluntários da Trofa concluíram as obras de ampliação da sua creche há cinco meses, aumentando a sua capacidade de 40 para 84 crianças, mas continua a aguardar autorização da Segurança Social para abrir as novas vagas.

Em declarações hoje à Lusa, Luís Elias, presidente da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários da Trofa, disse que a creche passou por uma vistoria técnica em dezembro, que confirmou que o espaço cumpre todas as exigências legais.

No entanto, a instituição ainda não recebeu resposta da Segurança Social para a revisão do acordo de cooperação, que lhe permitirá abrir a mais 44 crianças.

"O relatório foi enviado ao Centro Distrital do Porto da Segurança Social, mas desde então não houve qualquer resposta oficial. Já contactámos a Segurança Social, a Câmara Municipal e até um deputado da Assembleia da República, mas ninguém nos diz nada", lamentou o responsável.

A creche tem oito funcionários contratados há cinco meses, equipamentos prontos e as famílias já foram notificadas da admissão das crianças, mas "sem a revisão do acordo de cooperação, não pode acolhê-las", sublinhou.

A associação investiu na obra de ampliação e requalificação do edifício cerca de 800 mil euros, dos quais 502 mil foram financiados pelo PRR (Plano de Recuperação e Resiliência), mas a creche continua a operar apenas com as 40 vagas anteriores, o que está "a comprometer a sustentabilidade financeira da instituição".

"Temos tudo pronto: instalações equipadas, funcionários contratados e crianças à espera. As famílias questionam-nos todos os dias, mas não temos respostas para lhes dar", lamentou Luís Elias.

A situação está a afetar financeiramente a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários da Trofa, que "enfrenta dificuldades devido aos custos salariais sem as receitas correspondentes. Além disso, os pais continuam sem solução para os seus filhos, aumentando a pressão sobre a instituição".

"É dramático. Precisamos de creches e temos aqui uma pronta, mas que não pode abrir. Não faz sentido", lamentou o responsável.

Luís Elias disse à Lusa que a associação enviou um e-mail no dia 06 de janeiro, para o Centro Distrital da Segurança Social do Porto, dizendo que estavam a ser pressionados pelos pais das 44 crianças que já tinham sido admitidas.

"A única resposta que recebemos, a 17 de janeiro, dizia que estava para despacho no Instituto de Segurança Social", referiu.

O responsável salientou que se trata de "uma creche que já funciona", e que o que está aqui em causa é "a revisão de um acordo de cooperação com aumento de capacidade".

"A creche já funciona há 32 anos, com 40 lugares, portanto, só estamos a falar de aumento para 84 lugares. Não é uma construção nova, não é nada disso, é uma instalação que existe, que foi toda remodelada, que foi aumentada a sua capacidade, de acordo com tudo o que está na legislação", acrescentou Luís Elias.

A Lusa pediu esclarecimentos à Segurança Social e aguarda uma resposta.

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