António Cunha recandidata-se à liderança da CCDR-N com "expectativa muito positiva"
O atual presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N), António Cunha, é novamente candidato ao cargo com uma "expectativa muito positiva" na reeleição pelo seu "conhecimento muito detalhado da região", declarou hoje à Lusa.
"Tenho uma expectativa muito positiva, [porque] tenho uma relação muito forte com o Norte, uma relação muito umbilical com a região, um conhecimento muito detalhado de todo o seu território, das suas pessoas. Acredito na força da região, acredito na força das suas pessoas", disse hoje à Lusa António Cunha.
O atual presidente deste organismo terá como adversário Álvaro Santos, ex vice-presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia, cuja candidatura à CCDR-N conta com o apoio do PSD.
De acordo com o jornal Expresso, há um acordo entre PSD e PS para dividir as presidências das CCDR a nível nacional, com o PSD a ficar com o Norte e Centro e o PS com Lisboa e Vale do Tejo, Alentejo e Algarve.
António Cunha afirmou, contudo, acreditar que a "dimensão de autonomia das regiões deve ser maior e começa por serem elas e os seus responsáveis a escolher quem devem ser as suas lideranças".
"Haverá um ato eleitoral e vamos disputá-lo com toda a determinação", acrescentou o ex-reitor da Universidade do Minho e presidente da CCDR-N desde 2020.
Na carta de apresentação da sua candidatura, a que a Lusa teve acesso, António Cunha destacou aqueles que considerou serem "cinco anos de resultados consolidados" em que foi possível incorporar "um vasto conjunto de novas competências na instituição" como a elaboração da Estratégia NORTE 2030.
"Entendo recandidatar-me ao lugar de Presidente da CCDR NORTE, como independente, porque o Norte exige uma liderança próxima e conhecedora do terreno, que fale a linguagem das suas Entidades Intermunicipais, dos seus municípios e das suas freguesias e tenha o respeito dos atores europeus, em Bruxelas, e nacionais, em Lisboa", pode ler-se.
A elaboração de um novo "referencial estratégico" (Norte 2035), a "integração de novas competências", a "execução plena" do Norte 2030 e do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e a "proximidade e diálogo permanente" são as quatro metas de António Cunha.
"Votar nesta candidatura não é votar contra nenhum partido; é votar a favor de uma Instituição forte, autónoma e respeitada", defendeu.
A candidatura de António Cunha reúne ainda o apoio de 51 personalidades "provenientes da academia e da ciência, do tecido empresarial, das instituições sociais e da cultura" num manifesto, divulgado hoje.
"Não podemos aceitar um retrocesso numa liderança feita de mérito e autonomia. Assistimos com profunda preocupação ao risco de condicionamento da liderança da Região e de quebra do princípio de autodeterminação regional na sua escolha (...). Esta candidatura não é contra ninguém, nem os grandes partidos; é a favor de um Norte que não se resigna e não aceita ser um peão num tabuleiro de xadrez nacional", pode ler-se no manifesto.
O ex-deputado do PSD André Coelho Lima, a atleta Aurora Cunha, Isabel Pires de Lima, Óscar Afonso e Manuel Sobrinho Simões são alguns dos subscritores do manifesto.
Desde 2020 que cabe aos autarcas, através de colégios eleitorais regionais, eleger os cinco presidentes das CCDR, que eram até então nomeados pelo Governo.
De acordo com a Lei Orgânica daqueles organismos, o presidente é eleito pelos presidentes de câmara, presidentes das assembleias municipais, vereadores eleitos e deputados municipais, incluindo os presidentes das juntas de freguesia.
Já um dos vice-presidentes é eleito pelos presidentes das câmaras municipais que integram a área geográfica abrangida pela respetiva CCDR e outro é eleito pelos membros do conselho regional, que não integrem o referido conselho em representação de autarquias locais ou associações de autarquias locais.
Haverá ainda cinco vice-presidentes nomeados pelo Governo para as áreas da Educação, Saúde, Cultura, Ambiente e Agricultura.