António José Morais "satisfeito" por "poder defender-se" ao fim de 11 anos

O advogado de António José Morais afirmou que o seu cliente, acusado de corrupção e branqueamento de capitais no caso da construção de uma estação de tratamento de lixo na Cova da Beira, vai, "finalmente, poder defender-se, ao fim de 11 anos", pois a denúncia é de 1996.

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Em declarações à Agência Lusa, João Germano revelou ter sido notificado quinta-feira da acusação que o Ministério Público (MP) proferiu contra o professor universitário, mas ainda não teve oportunidade de decidir com António José Morais se vai, ou não, requerer a abertura de instrução.

O causídico, que já trocou algumas ideias com António José Morais, garante que o seu constituinte está "satisfeito por, finalmente, poder defender-se, ao fim de 11 anos", dos factos que lhe são imputados e que, nos últimos tempos, motivaram várias notícias.

Do que consultou do processo, João Germano alega que a ter sido proferida uma acusação esta já deveria ter sido feita "há muitos anos", estranhando que, "por coincidência", esta surja "no contexto de notícias recentes" que mencionam o seu cliente por "este e outros motivos", incluindo o facto de ter dado aulas de engenharia na Universidade Independente.

"Durante 11 anos não se passou nada e de repente surge a acusação", observou o advogado de António José Morais, ex-professor de José Sócrates na Universidade Independente.

António José Morais foi acusado de corrupção e branqueamento de capitais num inquérito à construção de uma estação de tratamento de lixo na Cova da Beira, confirmou hoje à lusa fonte judicial.

Outras fontes ligadas ao processo adiantaram à Lusa que a ex-mulher de António José Morais, Ana Simões Morais, também foi acusada pelo Ministério Público, mas que houve um despacho de arquivamento em relação ao arguido Silvino Rui Alves.

Entretanto, o antigo presidente da Câmara Municipal da Covilhã Jorge Cruz Pombo, também arguido neste caso, disse à Lusa que foi ouvido, mas que recebeu quinta-feira a notificação de que o processo contra ele foi arquivado pelo Ministério Público.

A notícia de acusação contra António José Morais foi avançada ao início da tarde de hoje pelo Expresso.online e refere que, no âmbito deste processo, foram constituídos cinco arguidos.

António José Morais, que desempenhou vários cargos de nomeação política no Governo de António Guterres e no actual executivo de José Sócrates, esteve ligado à construção do aterro sanitário, em 1996, através do GEASM, o seu gabinete de engenharia, que preparou o projecto, o programa do concurso, o caderno de encargos e avaliação técnica das propostas.

Só em 1999, após uma denúncia anónima feita em 1996, a Polícia Judiciária começou a investigar o caso.

À data dos factos, José Sócrates era secretário de Estado do Ambiente, mas não foi ouvido no inquérito.

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