Poucos dias antes do seu centenário, Edila Gaitonde concedeu à RTP a sua última entrevista, com memória e lucidez invejáveis. Escassos meses depois faleceu na sua casa, em Leça da Palmeira. Deixa vários livros publicados e também uma obra notável como pedagoga e como pianista.
Viveu em Goa com o marido, o médico indiano Pundalik Gaitonde, onde fundou uma escola de música conceituada internacionalmente. Acompanou depois o marido na deportação deste para Lisboa, onde foi julgado e ficou preso. Quando Gaitonde foi libertado, foram ambos para Londres e daí, a convite do Governo indiano, para Bombaim. Pundalik Gaitonde foi durante algum tempo um influente conselheiro do Governo de Nehru.
Algum tempo depois da tomada de Goa, Damão e Diu pela União Indiana, Edila foi retomar em Londres a sua actividade como professora de música. Aí se lhe foi reunir o marido, que fez carreira como reputado oncologista. Ambos viveram em Londres até à morte de Pundalik Gaitonde.
Sobre a sua vida, Edila conversou longamente com uma equipa de reportagem da RTP poucos dias antes de comemorar, com presenças virtuais de amigos de todo o mundo, o seu centenário.