APAV lança nova campanha sobre violência no namoro

por RTP
Rafael Marchante - Reuters

A Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV) apresenta esta quarta-feira uma nova campanha de sensibilização sobre violência no namoro, uma data em que se assinalada o dia dos namorados. A nova campanha, dirigida a um público jovem, tem um particular enfoque nas novas tecnologias, tendo como mensagem principal “Dá o clique, fala com a APAV”.

A campanha resulta de uma parceria com o Instituto Superior Novas Profissões (INP), tendo sido desenvolvida por um grupo de alunos do Curso Técnico Superior Profissional de Comunicação Digital.

“A violência no namoro acontece quando, no contexto das relações de namoro, um dos parceiros (ou mesmo ambos) recorre à violência com o objetivo de se colocar numa posição de poder e controlo”, refere a APAV.



A Associação de Apoio à Vítima explica ainda que “este tipo de violência pode assumir diferentes formas: verbal, psicológica, física e/ou sexual”.

A APAV está disponível para apoiar através da Linha de Apoio à Vítima (116 006, chamada gratuita), Messenger (Facebook), vídeochamada (user Skype: apav_lav) e através da rede nacional de Gabinetes de Apoio à Vítima.

Mais de metade dos jovens inquiridos num estudo da União de Mulheres Alternativa e Resposta (UMAR) já sofreu atos de violência no namoro e mais de dois terços aceitam como normal algum dos comportamentos violentos na intimidade.


 
O inquérito nacional da UMAR 2018 sobre violência no namoro, que envolveu cerca de 4.600 jovens, com uma média de idades de 15 anos, alerta para as "elevadas taxas de vitimação e, sobretudo, de legitimação da violência".

"É preocupante" verificar que 68,5% dos jovens (3.186) consideram como natural pelo menos um comportamento violento na intimidade e que 56% dizem já ter sofrido atos de vitimação, indica o inquérito o mesmo inquérito.

O estudo revela que 18% foram vítimas de violência psicológica, 16% de perseguições, 12% de violência através das redes sociais, 11% de situações de controlo, 7% de violência sexual e 6% de violência física por parte de um companheiro ou companheira.

Na violência psicológica, os insultos são os atos de violência com maior prevalência (29%), seguido de humilhar e rebaixar a vítima (15%) e de ameaças (11%).
A violência física "continua a ter uma prevalência preocupante", tendo em conta a idade dos jovens, com 6% a contarem que foram vítimas de comportamentos físicos abusivos.

A UMAR verificou uma "ligeira subida" da legitimação e da vitimação da violência, comparando os dados com o inquérito do ano anterior, o que indica a "urgência de uma intervenção com os/as jovens, o mais precoce e continuadamente possível", para prevenir "a violência sob todas as formas".
Tópicos
pub