Aposta numa educação "low cost" significa "hipotecar futuro do País"
Coimbra, 07 fev (Lusa) -- O vice-presidente do Sindicato dos Professores da Zona Centro (SPZC) Jorge Santos afirmou hoje que "apostar numa Educação `low cost`, com mais cortes" orçamentais, significa "hipotecar o futuro do país".
Se for "verdade que o Governo está a preparar mais cortes, é o País que fica a perder", sublinhou o dirigente sindical, que falava, à agência Lusa, a propósito do lançamento, hoje, pelo SPZC, de uma "campanha de sensibilização e debate" sobre os efeitos de mais reduções orçamentais na Educação.
A campanha, dirigida sobretudo a professores e pais, visa "fazer sentir ao poder político que não vale tudo na Educação", explica Jorge Santos, advertindo que as consequências das "decisões que hoje forem tomadas" para o setor se repercutirão a médio e longo prazo.
"É o futuro de Portugal que está em causa", alerta.
É preciso, sustenta o vice-presidente do SPZC, que não só "todos os agentes" ligados à Educação, mas também "a população em geral" compreendam que "tem de haver uma visão diferente para a Educação" e que esta área não pode ser encarada numa lógica "meramente economicista".
As "alterações curriculares feitas, no ano passado", pelo Ministério da Educação, "estão a retirar áreas fundamentais para a formação dos jovens", sustenta Jorge Santos, que também critica, por outro lado, o facto de "os professores estarem, cada vez mais, a exercer tarefas que não fazem parte daquilo que é essencial".
Não faz sentido, defende o dirigente do SPZC, "técnicos qualificados como são os professores" ocuparem-se de tarefas que não estão diretamente relacionadas com a Educação.
"Portugal não tem futuro sem investimento na Educação", salienta o sindicato, num desdobrável editado para campanha que vai ser desenvolvida particularmente junto de professores e de pais.
"Governo quer destruir o esforço titânico das últimas décadas", salienta, no mesmo desdobrável, a organização sindical filiada na Federação Nacional de Professores (FNE), considerando que "o investimento em Ensino, Formação e Investigação é crucial para o desenvolvimento do país" e que "a visão económica e economicista não é compaginável com a qualidade exigível nestas áreas".
No documento, em que são apontadas, designadamente, "as graves implicações para a vida dos professores" no Orçamento de Estado para 2013, o sindicato "verbera severamente e de forma vigorosa a intenção política de diminuir a qualidade da Educação na Escola Pública em Portugal".