País
Armando Vara diz-se em "choque" e atribui sentença à sua "circunstância"
O ex-ministro Armando Vara foi esta sexta-feira condenado a cinco anos de prisão efetiva no âmbito do processo "Face Oculta". A pena foi aplicada pelo Tribunal Judicial de Aveiro.
Foto: Lusa
O antigo governante e ex-vice-presidente do BCP Armando Vara foi condenado na pena única de cinco anos de prisão efetiva, por três crimes de tráfico de influência.
À pergunta se este foi um julgamento político, Armando Vara respondeu já ter dito "muita coisa", referindo não querer dizer mais.
O processo "Face Oculta" está relacionado com uma alegada rede de corrupção que teria como objetivo o favorecimento do grupo empresarial de Manuel Godinho, nos negócios com empresas do setor empresarial do Estado e privadas.
Envolve 36 arguidos - 34 pessoas e duas empresas - que respondem por centenas de crimes de burla, branqueamento de capitais, corrupção e tráfico de influência.
Já o advogado de Armando Vara fala num "enorme desequilíbrio". Tiago
Rodrigues Bastos disse hoje que a condenação a cinco anos de prisão efetiva do seu cliente" é de um desequilíbrio que não tem noção nenhuma. O causídico salienta: "como sabem eu acredito e estou absolutamente convicto de que ela (culpabilidade não existe -, mas, para lá disto, isto é de um enorme desequilíbrio".
O advogado, que vai recorrer da decisão da primeira instância, declarou
ainda ter ficado surpreendido com a deliberação do coletivo de juízes.
"Eu seria hipócrita se não dissesse que me surpreende, como é evidente, surpreende-me. Vocês todos assistiram ao julgamento, estiveram aqui e creio que, em consciência, honestamente, nenhum de vocês diria que isto era possível de ter acontecido", argumentou.
(Com Lusa)