Desvalorizando a manifestação popular que hoje reuniu em Silves cerca de 200 pessoas contra o fecho do centro de Saúde durante a madrugada, Rui Lourenço sublinhou que "compete aos responsáveis políticos esclarecer a população" sobre o assunto.

"Ao contrário do que é dito, esta requalificação só beneficia os utentes, pois permite um reaproveitamento dos clínicos disponíveis", enfatizou o presidente da ARS/Algarve, em declarações à agência Lusa.

O fecho do Centro de Saúde durante a noite resultará da extinção do Serviço de Atendimento Permanente (SAP), uma vez que no período da madrugada não há consultas programadas.

De acordo com o mesmo responsável, a média de atendimentos no SAP de Silves durante a noite não ultrapassou os sete utentes nos últimos cinco anos.

"Em média, desses sete, apenas 1,5 justificavam a urgência, pois os restantes podiam ser atendidos no horário programado", acrescentou, recordando que, de acordo com as directivas do Ministério da Saúde, deverão encerrar todos os SAP que não atendam um mínimo de 10 utentes por noite.

Lembrou que, nos casos urgentes, os utentes podem recorrer às ambulâncias do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), através do número de telefone 112.

Rui Lourenço não apontou uma data específica para a entrada em vigor destas medidas, mas sublinhou que o processo de requalificação em curso já se encontra na fase final, para posterior homologação da tutela.

Hoje de manhã, cerca de duas centenas de pessoas corresponderam ao apelo de uma auto-proclamada comissão de utentes do Centro de Saúde de Silves e manifestaram-se contra o previsível fecho dos serviços de urgência durante a madrugada.