Asmáticos e com bronquite os mais afectados com altas temperaturas

As pessoas com asma e bronquite crónica são as mais afectadas pelas altas temperaturas e a exposição ao fumo libertado nos incêndios, mas as urgências hospitalares ainda não registam aumento da afluência destes doentes.

Agência LUSA /
As temperaturas vão continuar altas nos próximos dias RTP

O director do Hospital Pulido Valente - a instituição de referência na área respiratória - disse à Agência Lusa que espera um aumento de doentes nos próximos dias devido ao calor e ao fumo dos incêndios.

Mesquita Lima disse que, para já, o número de atendimentos é o normal, mas que as características climatéricas, aliadas ao fumo dos incêndios, agravam o estado de alguns doentes, nomeadamente os asmáticos e com Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC), como o enfisema e a bronquite crónica, entre outras.

Por esta razão, o hospital está preparado para receber mais doentes nos próximos dias e minimizar o seu agravamento da função respiratória.

A pneumologista Cristina Bárbara, também do Hospital Pulido Valente, explicou à Lusa que o calor e o fumo libertado nos fogos prejudicam o estado de saúde dos asmáticos, doentes com DPOC e ainda o sistema respiratório dos idosos que são mais vulneráveis.

A Direcção-Geral da Saúde (DGS) informa que "a ocorrência de incêndios nas florestas contribui para a emissão de grandes quantidades de poluentes, com repercussões na qualidade do ar e com consequências na saúde das populações afectadas".

De entre os poluentes emitidos pelos incêndios, a DGS destaca as partículas, os óxidos de azoto, o dióxido de enxofre e o monóxido de carbono que ocasiona problemas respiratórios.

"Pode haver um desencadeamento ou agravamento de problemas respiratórios devido às pequenas partículas que existem em grande abundância no fumo produzido pelos incêndios e que se depositam nas vias respiratórias", esclarece a DGS.

No Hospital de Santo André, em Leiria, uma zona que tem sido atingida por vários incêndios nos últimos dias, as ocorrências têm sido "normais", segundo disse à Lusa o presidente do Conselho de Administração.

Hélder Roque explicou que o hospital está preparado para receber os doentes e que, nas últimas 48 horas, atendeu um doente com dispneia, um queimado e uma queda, situações provocadas pelos fogos.

No Hospital de Santa Maria e São José, em Lisboa, as urgências são as "normais", segundo disseram à Lusa fontes destas instituições.

Igualmente sem aumento de afluência está a Linha de Saúde Pública, conforme disse à Lusa o coordenador deste serviço da DGS, Sérgio Gomes.

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