Assaltantes só levaram notas e fugiram por saída de emergência - GNR

Beja, 20 Ago (Lusa) - Os homens que assaltaram hoje uma carrinha de transporte de valores na Auto-estrada do Sul (A2) levaram só "dinheiro em notas" e escaparam por uma "saída de emergência" da via, revelou a Brigada de Trânsito da GNR.

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O comandante do destacamento de Beja da Brigada de Trânsito (BT), capitão Pedro Rosa, explicou à agência Lusa que os assaltantes, que praticaram o roubo no sentido Norte-Sul, fugiram por uma "saída de emergência", a "cerca de dois quilómetros" de distância do local.

Esta solução permitiu-lhes inverter o sentido de marcha, seguindo depois no sentido Sul-Norte.

"Contávamos que viriam para Sul e montámos o dispositivo policial nessa área, junto das saídas da A2, mas, depois, detectámos que rebentaram com o portão da saída de emergência ao quilómetro 140, atravessaram um viaduto e voltaram a aceder à A2, já no sentido contrário, rebentando com o portão do outro lado", explicou.

Nessa operação, o grupo - que os funcionários da carrinha da Prosegur assaltada referiram ser constituído por "cinco homens" - ainda teve o cuidado de colocar "pregos no chão, junto aos portões", para evitar a perseguição policial.

"Não conseguimos ir no seu encalço e a câmara de vigilância mais próxima na A2 fica a uns três ou quatro quilómetros, pelo que, ainda por cima de noite, não terá captado a situação", disse o mesmo capitão.

A BT da GNR acrescenta que informou a Brisa sobre a inversão de marcha dos assaltantes, desconhecendo o capitão Pedro Rosa se "mais alguma câmara" os terá ou não captado.

"De qualquer forma, as matrículas dos automóveis devem ser falsas", disse, considerando ser também possível que o grupo, à distância, tivesse "outras viaturas preparadas" e estivessem "mais elementos envolvidos".

Durante o assalto - que terá sido preparado para "ser realizado até ao quilómetro 140" de modo a que o grupo pudesse "fugir pela saída de emergência e inverter a marcha" - foram disparados "bastantes tiros para imobilizar" a carrinha de transporte de valores, em que seguiam dois funcionários da Prosegur.

"Os assaltantes dispararam para o motor, para os pneus e para todo o lado para imobilizarem a viatura", adiantou, referindo-se nomeadamente a "dois tiros para o vidro frontal".

Os três veículos automóveis de alta cilindrada usados no assalto "foram no encalço da carrinha, interceptaram-na e imobilizaram-na".

"Quando os funcionários da Prosegur saíram, colocaram engenhos explosivos na parte traseira e rebentaram com a porta", levando "uma quantia não determinada de dinheiro, só em notas, deixando ficar as moedas, que eram muito pesadas", explicou.

Segundo o capitão Pedro Rosa, tratou-se de um trabalho "cirúrgico", que teve de ser executado por "especialistas".

"Para alguém fazer um trabalho daqueles, tem que ser especialista" de modo a "conseguir explodir só com a porta, sem destruir a viatura toda", afiançou.

Quanto aos funcionários da Prosegur, "um conseguiu fugir logo e ao outro ainda lhe apontaram a arma, mas depois deixaram-no ir embora", explicou.

O assalto à carrinha de valores aconteceu esta madrugada, cerca das 02:30, ao quilómetro 138, na zona da freguesia de Canhestros, concelho de Ferreira do Alentejo (Beja), aproximadamente a 12 quilómetros da estação de serviço de Aljustrel.

Um dos funcionários da Prosegur, um homem de 42 anos, residente em Olhão (Algarve), sofreu "escoriações e hematomas", tendo sido assistido no Hospital do Litoral Alentejano (HLA), em Santiago do Cacém, onde recebeu alta por volta das 07:30.

A Polícia Judiciária já esteve no local do assalto e recolheu vestígios que foram enviados para o Laboratório de Polícia Criminal.

A viatura assaltada foi rebocada para as instalações da empresa em Évora, onde chegou às 13:10, escoltada por outro veículo blindado da Prosegur e um veículo ligeiro de passageiros.


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