Assinada parceria. Costa descreve reforço de testes como "vital"

por Carlos Santos Neves - RTP
“O reforço da capacidade de testagem é vital para o controlo da pandemia” Rodrigo Antunes - Lusa

O reforço da capacidade de testagem da Covid-19 é “vital”, defendeu esta quarta-feira, na sede do Infarmed, em Lisboa, o primeiro-ministro. Na assinatura de uma parceria destinada a aumentar os recursos do país neste capítulo da resposta à pandemia, António Costa associou a rapidez de diagnóstico de infeções à quebra atempada de cadeias de transmissão do SARS-CoV-2.

“O reforço da capacidade de testagem é vital para o controlo da pandemia. Temos de ser rápidos a detetar os casos e a isolar os casos para romper as cadeias de transmissão”, sustentou o chefe do Executivo, para insistir na ideia de que Portugal não poderá voltar a paralisar.

Ainda segundo António Costa, as prioridades do Governo passam por “robustecer a capacidade do Serviço Nacional de Saúde para tratar os infetados, em particular os que desenvolvem patologias que requerem internamento”.
“Estamos a assistir em toda a Europa e também em Portugal a um crescimento significativo de novos casos e estamos simultaneamente a regressar de férias e a voltar à atividade normal. Com este aumento de atividade, seguramente, vamos ter também um aumento do risco de transmissão. É por isso essencial aumentar a capacidade de testagem, porque a forma que temos de controlar é chegar rapidamente a quem tem alguma suspeita, testar e, eventualmente, isolar”, enfatizou o primeiro-ministro.

Costa recuaria a março para lembrar que foram então adotadas “medidas essenciais para travar o crescimento da pandemia”.

“Mas todos conhecemos bem os brutais custos sociais e económicos que esse conjunto de medidas teve no rendimento das famílias, no emprego de centenas de milhares de pessoas e num universo empresarial que foi fortemente atingido”, prosseguiu.

A resposta, afirmou António Costa, passa por “continuar a combater a pandemia ao mesmo tempo que se recupera o país”.
“Testagem o mais precoce possível”
Coube à ministra da Saúde abrir a sessão na sede do Infarmed. Marta Temido quis fazer notar que o país tem dado prioridade à “testagem o mais precoce possível, mas simultaneamente fiável e segura”.O Ministério da Saúde assinou uma parceria com o Instituto de Medicina Molecular, a Cruz Vermelha Portuguesa, a Sociedade Francisco Manuel dos Santos e a Jerónimo Martins para o reforço da capacidade de testagem em Lisboa e Vale do Tejo e garantir uma resposta rápida a surtos em todo o país. Prevê-se a obtenção de mais de 3500 colheitas por dia.

“Temos procedido ao reforço da capacidade de testagem do SNS. O Programa de Estabilização Económica e Social foi uma ajuda essencial para que muitos laboratórios hospitalares tivessem a sua capacidade aumentada. A capacidade laboratorial no SNS já vai neste momento nos 14.400 testes em autonomia, mas pretende-se elevar até aos cerca de 22 mil testes no final do mês de outubro”, indicou.

 A governante salientou ainda a importância da cooperação “entre áreas setoriais”, para considerar “uma honra a existência de um parceiro com a qualidade técnica do Instituto de Medicina Molecular, ou com a capacidade de intervenção social da Sociedade Francisco Manuel dos Santos”.

Por sua vez, o presidente da Cruz Vermelha Portuguesa, Francisco George, frisou que este não é um momento “de críticas ou de lamúrias, mas de mobilização de meios para que se combate o problema que todos têm pela frente”.

“É preciso mobilizar todos os meios”, vincou o ex-diretor-geral da Saúde.

c/ Lusa
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