País
Associação Renovar a Mouraria aponta "pouca oferta" de aulas de português para imigrantes
Aprender a língua é um dos passos fundamentais para integrar imigrantes, mas há associações que denunciam a falta de aulas.
Foto: Gonçalo Costa Martins - Antena 1
A Associação Renovar a Mouraria afirma que continua a ser pouca essa oferta de aulas, através do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP).
"Há muito pouca oferta para a procura e pela necessidade do português como ferramenta de integração, de inclusão na sociedade de acolhimento", diz Joana Deus, coordenadora na associação, à Antena 1.
Dentro do IEFP, a coordenadora aponta que não conseguem "perceber a regularidade destes cursos e destas ações", pelo que "é sempre uma incógnita de saber quando é que estas ações abrem" neste instituto.
Para dar resposta, numa das maiores comunidades imigrantes em Lisboa, esta associação e a Junta de Freguesia de Santa Maria Maior têm cursos gratuitos de português. Os cursos são financiados pela junta através do FAMI - o Fundo do Asilo de Migrações e Integração, que "sofreu um corte muito grande", segundo Joana Deus.
Esse corte, detalha, "deixou à descoberta esta necessidade" das aulas de português, não sendo algo apenas desta zona, mas "uma necessidade a nível nacional".
Por agora apenas têm a garantia da manutenção do projeto este ano, tendo em conta as eleições autárquicas que se avizinham. Ainda assim, este ano já deram aulas a cerca de 70 alunos, em que as aulas decorrem na Universidade Sénior Saber Maior, na baixa de Lisboa.
Esta manhã, numa aula de uma turma feminina que começou em fevereiro, quatro alunas explicaram à Antena 1 algumas situações em que as aprendizagens de português são postas à prova.
Uma ida às compras pode trazer confusões entre as palavras "casaco e saco" e a rapidez com que alguns pais falam em reuniões na escola são dois dos desafios apontados, sem esquecer que nem sempre os médicos falam inglês - e daí a importância que as alunas atribuíram às aplicações de tradução.
"Grande parte da aula tem sido falar (de hoje), porque é importante que as aulas estejam à vontade a conversar", sublinha a professora Luciana Leitão.