Vómitos, diarreia, cólicas, falta de apetite e desconforto abdominal sã o alguns dos sintomas da gastroenterite que apresentam muitas crianças com gripe diagnosticada.

A Alta Comissária da Saúde, Maria do Céu Machado, é também pediatra e c onfirmou à Lusa o aumento de atendimentos hospitalares a crianças com Influenza A (gripe).

Algumas destas crianças, adiantou, apresentam sintomas de gastroenterit e (diarreias e vómitos) e, nos casos em que estes são a razão do internamento, e não os sinais gripais, é-lhes diagnosticada a doença do foro gástrico e intesti nal.

Maria do Céu Machado esclareceu que não existe qualquer surto e garanti u que esta é uma situação normal para a época, uma vez que o Inverno é a época d as gripes.

Por seu lado, o vice-presidente da Sociedade Portuguesa de Gastrenterol ogia, Hermano Gouveia, explicou à Lusa que este aumento da frequência de casos d e gastroenterites deve-se à forma como os vírus se propagam: via aérea (saliva).

No Inverno, e devido às baixas temperaturas, as pessoas estão mais fech adas em casa, nas escolas e nos locais de trabalho. Basta uma pessoa transmitir o vírus (da gripe, ou rotavírus no caso das gastroenterites) para as que a rodei am correrem o risco de ser infectadas.

No caso das crianças, tendo em conta os seus comportamentos mais promís cuos, a propagação pode dar-se com mais facilidade e serem elas a transmitir aos pais.

"Como é que uma mãe ou um pai deixa de dar um beijo ao filho? É quase i mpossível", disse Hermano Gouveia.

Por esta razão, a prevenção destas doenças é muito limitada, mas não im possível, como disse Maria do Céu Machado, para quem o segredo está em "lavar as mãos".

"Os pais devem lavar as mãos antes e depois de tratar dos filhos doente s e entre outros contactos", recomendou a pediatra.

Perante um quadro clínico de gastroenterite, Hermano Gouveia recomenda paciência, pois esta é uma doença cujo único tratamento possível é a ingestão de líquidos para combater a desidratação.

Esta medida é ainda mais importante no caso das crianças que desidratam mais depressa e, por isso, precisam de receber mais líquidos. Em certos casos, torna-se mesmo necessária a ingestão de sais e açúcares.

Actualmente, a incidência da actividade gripal está actualmente nos 55, 6 casos por 100 mil habitantes, um valor "dentro da linha de base da actividade gripal", de acordo com a Direcção-Geral da Saúde.

O principal vírus influenza em circulação é o AH3, que é compatível com a vacina anti-gripal disponível desde Outubro nas farmácias.