Aumentou número de migrantes em parte incerta depois de desembarques no Algarve

Portugal já perdeu o rasto a 16 dos 69 migrantes marroquinos que chegaram à costa algarvia desde dezembro de 2019 em barcos de madeira.

Sandra Henriques - Antena 1 /
Foto: Luís Forra - Lusa

O número é avançado à Antena 1 por fonte do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras. No total, 69 pessoas foram interceptadas pelas autoridades no Algarve provenientes de El Jadida, a antiga cidade portuguesa de Mazagão.
A presidente do Conselho Português para os Refugiados acredita que ainda é cedo para se falar numa nova rota migratória ilegal. No entanto, em entrevista à Antena1, Mónica Farinha afirma que já é evidente um padrão, nos cinco desembarques registados nos últimos meses.
Apenas metade dos cidadãos pediram asiloNeste Dia Internacional contra o Tráfico de Pessoas, Mónica Farinha admite que as redes de migração são uma realidade a que muitas pessoas recorrem na esperança de uma vida melhor, embora acabe por ser geralmente uma experiência traumática.

Mónica Farinha revela que apenas metade dos 69 cidadãos marroquinos que desembarcaram no Algarve desde dezembro pediram asilo em Portugal.

Foto: José Sena Goulão - Lusa
A exceção é mesmo o cidadão marroquino menor de idade, que está à guarda do Conselho Português para os Refugiados. Mónica Farinha explica nesta entrevista que não foi por ser menor que teve o estatuto de refugiado e aponta as diferenças entre os conceitos de refugiado e migrante.

A presidente do Conselho Português para os Refugiados conta que em geral não há muitos cidadãos marroquinos a pedir asilo a Portugal.
Uma aventura caraOuvido pela Antena1, o politólogo e arabista Raúl Braga Pires acredita que se estará perante um teste para ver se a nova rota de migração ilegal Marrocos para o Algarve é viável.

Braga Pires recorda que todos os 69 cidadãos sairam de El Jadida, a antiga cidade portuguesa de Mazagão, numa aventura cara, que não é para todas as bolsas.

Foto: Luís Forra - Lusa

O especialista em Norte de África, Médio Oriente e Sahel afirma que a boa receção aos primeiros marroquinos que desembarcaram no Algarve pode ter servido de encorajamento para os que vieram depois.

Este é um assunto que não tem sido destacado pela imprensa marroquina, mas Raúl Braga Pires lembra que têm existido reuniões ao mais alto nível entre os governantes de Portugal e Marrocos para criar um mecanismo de migração legal.
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