Bar nas Azenhas do Mar obrigado a fechar por instabilidade das arribas
O Parque Natural Sintra-Cascais (PNSC) ordenou o encerramento de um bar nas Azenhas do Mar situado numa arriba instável, medida de "precaução" motivada pela queda recente de blocos na orla costeira do parque, disse à Lusa o director.
O director do PNSC, Carlos Albuquerque, admitiu à agência Lusa que a queda de uma pedra na praia do Magoito no fim de Julho, que feriu gravemente um banhista, "fez aumentar o nível de precaução", apesar de não haver indicação de que a arriba de Azenhas do Mar se tenha tornado mais instável ou que o risco tenha aumentado.
Carlos Albuquerque frisou que "há três anos" que o Plano de Ordenamento da Orla Costeira (POOC) determina que o bar "Mira Azenha" tem de mudar de lugar.
O director do PNSC afirma que o estabelecimento "já foi notificado várias vezes" desde há três anos.
"Só estou a aplicar a legislação", frisou.
A queda de pedras na praia do Magoito, que segundo Carlos Albuquerque voltou hoje a acontecer, mas sem vítimas, levou o director do parque a invocar a falta de "garantias de segurança de pessoas e bens" no bar, determinando o seu encerramento.
Contactada pela agência Lusa, a proprietária do bar, Rosalina Arrais, admitiu que "não se importa" de sair do sítio onde está, mas queixou-se de que a localização alternativa oferecida pelo Parque "não tem as mesmas dimensões".
De "mais de 100 metros quadrados, o bar tem de passar para 25 metros quadrados", lamentou, afirmando que apesar de só ser dona do "Mira Azenha" há oito anos, o estabelecimento "já existe há mais de cinquenta anos".
Carlos Albuquerque respondeu que não se trata de uma decisão arbitrária do parque, mas sim da aplicação do que está determinado no POOC, que desde a sua aprovação em 2003 determina que o Mira Azenha, "que tem 85 metros quadrados" tem que ser "reduzido para um quiosque com 25 metros quadrados".
"É o bar que está em incumprimento da lei desde há três anos", salientou o director do Parque.
O acidente na praia do Magoito ocorreu a 23 de Julho, quando um pedregulho caiu da falésia e feriu com gravidade um banhista.
"O pedregulho pesaria cerca de 40 quilos", adiantou na altura fonte dos bombeiros, adiantando que o acidente ocorreu numa zona em erosão, assinalada como "perigosa".