Barragem do Monte da Rocha (Ourique) com várias toneladas de peixes mortos

Várias toneladas de peixes mortos devido à seca acumulam-se nas margens da barragem do Monte da Rocha, Ourique, no que a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Alentejo considera "um problema de saúde pública".

Agência LUSA /

"Trata-se de um problema de saúde pública", disse hoje à agência Lusa Nuno Lecoq, responsável pela Gestão Ambiental e Recursos Hídricos da CCDR do Alentejo, adiantando que a Protecção Civil já pediu uma reunião com carácter de urgência, com várias entidades, para resolver a situação, ainda sem data marcada.

A albufeira, devido à seca, apresenta um reduzido volume de água e excesso de carga piscícola.

Nuno Lecoq disse que os peixes começaram a aparecer mortos sexta-feira, embora em quantidade "pouco significativa".

"Na altura, os peixes foram logo retirados e enterrados numa vala por uma equipa do Núcleo Florestal do Baixo Alentejo (NFBA) e da Câmara Municipal de Ourique (CMO), mas, durante o fim-de-semana, a situação agravou-se", acrescentou.

Hoje, segundo o responsável, já estão contabilizadas "várias toneladas de peixe acumuladas na margem da barragem", localizada junto à povoação de Panóias (Ourique) e que abastece a zona de Castro Verde.

à semelhança de outras albufeiras, no País e na região do Alentejo, a situação de seca levou à diminuição do volume de água na barragem do Monte da Rocha, que, actualmente, se encontra a cerca de 30 por cento da capacidade total.

Uma situação que, segundo Ilídio Martins, da Associação de Regantes e Beneficiários de Campilhas e Alto Sado (ARBCAS), entidade que gere a barragem, está na origem da morte dos peixes.

"A barragem do Monte da Rocha tem uma albufeira muito plana. A água aquece muito facilmente com o calor e provoca uma diminuição da taxa de oxigenação, provocando a morte da carga piscícola, que já é em excesso", explicou.

Segundo o responsável, "há mais de um mês" que a ARBCAS informou o Instituto Nacional da Água (INAG) e a Protecção Civil "sobre o peixe em excesso na albufeira da barragem" e alertou "para o risco da actual situação acontecer", mas "ninguém fez nada".

"A Direcção Geral de Florestas (DGF) devia ter retirado o peixe em excesso no Monte da Rocha, à semelhança do que aconteceu na barragem do Roxo. Não foram tomadas medidas com o peixe vivo, agora tomam-se medidas com o peixe morto", acrescentou.

Por seu turno, Nuno Lecoq adiantou à Lusa que, devido à situação de seca, outras barragens no Alentejo estão a ser monitorizadas.

Alvito, Campilhas, Lucefecit, Divor, Enxoé, Monte Novo, Vigía e Santa Clara são alguns desses casos.

PUB