BES. Primeira sessão da instrução do processo principal começa hoje

Deverá começar esta segunda-feira a primeira sessão da instrução do processo principal do BES/Grupo Espírito Santo. Há 361 crimes em julgamento e 30 arguidos - 23 pessoas e sete empresas. O arguido mais mediático é o antigo presidente do Grupo Espírito Santo, Ricardo Salgado, que poderá não estar presente na sessão. Segundo o Ministério Público, a derrocada do Grupo Espírito Santo, em 2014, terá causado prejuízos superiores a 11,8 mil milhões de euros.

RTP /
Reuters

Ricardo Salgado está acusado de 65 crimes, entre os quais associação criminosa, burla qualificada, corrupção ativa, branqueamento de capitais, falsificação de documento, infidelidade e manipulação de mercado.

O inquérito do processo "Universo Espírito Santo" teve origem numa notícia de 3 de agosto de 2014 sobre a medida de resolução do BES. Ou seja, mais de sete anos depois, tem início a fase de instrução do processo, no Tribunal Central de Instrução Criminal, com o juiz Ivo Rosa.

A audiência está marcada para as duas da tarde no Campus de Justiça em Lisboa.
Deverão ser chamados assistentes e testemunhas. De acordo com o agendamento previsto para a sessão, Manuel Jesus Oliveira e Irene Simões Oliveira serão os primeiros dos 123 assistentes do processo a falar, seguindo-se os depoimentos de quatro testemunhas, com intervalos de 30 minutos para cada.

O advogado Nuno Silva Vieira, que representa 1.600 lesados do BES, vai marcar presença.

Considerado um dos maiores processos da história da justiça portuguesa, o caso junta no processo principal 242 inquéritos, que foram sendo apensados, e queixas de mais de 300 pessoas, singulares e coletivas, residentes em Portugal e no estrangeiro.

Segundo o Ministério Público (MP), cuja acusação contabilizou cerca de quatro mil páginas, a derrocada do Grupo Espírito Santo (GES), em 2014, terá causado prejuízos superiores a 11,8 mil milhões de euros.

Iniciado a 12 de agosto de 2014, o inquérito teve origem numa notícia de 3 de agosto desse ano sobre a medida de resolução do BES e analisou um conjunto de alegadas perdas sofridas por clientes das unidades bancárias Espírito Santo.

O despacho do MP chegou quase seis anos depois, em 2020, deduzindo acusação contra 25 arguidos (18 pessoas e sete empresas), num total de 348 crimes. Em janeiro de 2022 foi deduzida acusação contra mais cinco arguidos e 13 crimes, para os totais de 30 arguidos e 361 crimes.


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