País
Buscas à sede do PSD terminaram durante a madrugada
Na quarta-feira foram mobilizados cerca de 100 inspetores e peritos para buscas na casa do ex-presidente do partido, Rui Rio, e na São Caetano à Lapa, por suspeitas dos crimes de peculato e abuso de poderes.
Já passava das 3h45 quando os últimos quatro inspetores da Polícias Judiciária saíram das instalações da sede nacional do PSD – um dos 20 locais alvo de buscas durante o dia de quarta-feira.
Em causa estarão suspeitas de um alegado uso indevido de dinheiros públicos, através de verbas da Assembleia da República definidas para a assessoria dos grupos parlamentares e que seriam utilizadas para pagar funcionários do partido que não trabalhariam no parlamento.
Em causa estarão suspeitas de um alegado uso indevido de dinheiros públicos, através de verbas da Assembleia da República definidas para a assessoria dos grupos parlamentares e que seriam utilizadas para pagar funcionários do partido que não trabalhariam no parlamento.
O Ministério Público suspeita, portanto, de que a direção de Rui Rio usou dinheiro público em 2018 para pagar salários de 11 funcionários do PSD, o que justificou as 14 buscas domiciliárias e cinco a instalações do partido. As casas do antigo dirigente político e de Hugo Carneiro, agora deputado do PSD, foram também alvo de buscas por parte dos inspetores e peritos informáticos.
Rui Rio não nega as alegadas práticas dentro do PSD e defende que “os pagamentos não são ilícitos”.
“Isto são os partidos todos, porquê o PSD?”, questionou.
“Isto são os partidos todos, porquê o PSD?”, questionou.
Em declarações aos jornalistas, Rui Rio desvalorizou a suspeitas, considerando que são apenas para "produzir uma notícia" e disse que nem entendia de quê que a PJ andou à procura, confirmando que não foi constituído arguido.
"Se alguma coisa aconteceu no meu tempo foi uma reforma no sentido de moralizar ao máximo tudo isto, que não é que estivesse mal, mas moralizar, pôr direito", afirmou.
Segundo Rui Rio, o objetivo é afetar a sua imagem, embora garante que está fora da política e não pretende voltar.
"Tudo isto é para afetar a minha a imagem, se afeta ou não, não sei, tenho 30 anos de vida pública, as pessoas já me conhecem", disse ainda. "Eu estou tão sossegado, para que é que me vêm picar?".
"Toda a colaboração"
"Tudo isto é para afetar a minha a imagem, se afeta ou não, não sei, tenho 30 anos de vida pública, as pessoas já me conhecem", disse ainda. "Eu estou tão sossegado, para que é que me vêm picar?".
"Toda a colaboração"
Mais tarde, voltando a ironizar com a situação, o antigo presidente social-democrata escreveu no Twitter que, numas próximas buscas, a "fachada do prédio" estará "mais apresentável".
Garanto a todos os telespectadores que farei todos os esforços junto da administração do condomínio, para que, nas próximas buscas da PJ à minha casa, a fachada do prédio já esteja mais apresentável. 😲
— Rui Rio (@RuiRioPT) July 13, 2023
Já Hugo Carneiro foi secretário-geral adjunto do PSD e é um dos alvos, uma vez que foi responsável pelas contas do partido durante a liderança de Rui Rio, tendo sido nomeado mandatário financeiro nacional das eleições autárquicas de 2021.
O caso não é recente. Em julho de 2020, a revista Sábado noticiou um processo constituído no Ministério Público sobre esta prática a partir de denúncias internas no PSD.
Entretanto, em comunicado, o PSD assegurou que “prestará toda a colaboração” à justiça, informando que, segundo as autoridades, a investigação abrange o período de 2018 a 2021, anos em que Rui Rio era presidente do partido.
Entretanto, em comunicado, o PSD assegurou que “prestará toda a colaboração” à justiça, informando que, segundo as autoridades, a investigação abrange o período de 2018 a 2021, anos em que Rui Rio era presidente do partido.