Câmara de Odivelas acompanha despejos e pode ajudar no alojamento de emergência
A Câmara de Odivelas disse hoje que está a acompanhar a situação dos despejos que estão a ocorrer no concelho e a ajudar em respostas de alojamento de emergência aos agregados familiares que o solicitem.
"A autarquia encontra-se a acompanhar a situação, garantindo que os agregados despejados pelo IHRU (Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana) possam, caso o desejem, aceder a uma resposta de alojamento de emergência", indicou a autarquia numa resposta por escrito à agência Lusa.
Uma família, constituída por dois adultos e cinco crianças, foi hoje desalojada no Bairro da Urmeira, Odivelas, distrito de Lisboa, informou de manhã o movimento Vida Justa, adiantando que aquele agregado não tinha ainda uma solução de habitação.
Esta foi a terceira família a ser despejada esta semana naquele concelho.
Na terça-feira, foram despejadas de casas que ocupavam ilegalmente duas famílias, num total de oito pessoas, entre as quais cinco crianças.
Na resposta à Lusa, a Câmara de Odivelas disse que "estão igualmente a ser desenvolvidos esforços, em articulação com as famílias interessadas, com vista à identificação de uma solução habitacional adequada às necessidades de cada agregado".
Segundo Carlos Kangoma, do Vida Justa, nenhuma das famílias despejadas esta semana tem soluções de habitação.
"Estão exatamente nas mesmas condições. Não têm alternativa. Foi feita a troca de fechaduras e agora estamos a ver a possibilidade de poderem ficar com uns familiares, mas ainda é tudo muito incerto", disse o ativista esta manhã à Lusa, adiantando que a moradora hoje despejada foi até à Câmara de Odivelas tentar arranjar uma solução, "mas foi recusado o atendimento tendo voltado para o bairro".
Numa resposta enviada à Lusa por escrito na terça-feira, o IHRU afirmou que "todas as situações em causa respeitam a ocupações ilegais", consubstanciando "o crime de introdução em local vedado ao público, além da violação do direito de propriedade".
Segundo o instituto, "todos os ocupantes foram (...) notificados, nos termos previstos na lei", da decisão judicial de entrega das habitações em questão ao IHRU.
O IHRU disse ainda à Lusa que requereu "a intervenção das entidades assistenciais competentes para prestar todo o apoio tido por necessário" aos ocupantes das habitações ou aos agregados envolvidos.