Morreu piloto português do Canadair que se despenhou no combate às chamas no Gerês

por RTP
Rafael Marchante - Reuters

Um avião Canadair despenhou-se este sábado na zona do Lindoso, Ponte da Barca, quando participava no combate um incêndio que lavra na Serra do Gerês. Um dos dois tripulantes, o piloto português, não resistiu aos ferimentos e morreu.

O acidente aconteceu cerca das 11h20 e "os meios de socorro estão a caminho", desconhecendo-se, por agora, mais detalhes, adiantou fonte do Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Viana do Castelo, citada pela agência Lusa.

A tripulação do avião que se despenhou era constituída por um piloto português e um copiloto espanhol. O piloto português, um homem de 65 anos, não resisitiu ao ferimentos graves e acabou por morrer no local. O copiloto ficou ferido "em estado grave", segundo fonte da Proteção Civil.

Segundo a mesma fonte, o piloto, de nacionalidade portuguesa, morreu no local, apesar das tentativas realizadas pelos elementos do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), enquanto o segundo piloto, de nacionalidade espanhola e de 39 anos, foi assistido no local e transportado em "estado grave" para o Hospital de Viana do Castelo.

De acordo com um comunicado da ANEPC, o piloto "teve paragem cardiorrespiratória", tendo sido "assistido no local com manobras de suporte básico de vida e manobras de suporte avançado, mas sem sucesso".Investigação é responsabilidade das autoridades espanholas
A investigação ao acidente com o Canadair é da responsabilidade de Espanha, disse à Lusa fonte da investigação.

Devido ao facto de o acidente ter acontecido em território de Espanha, fonte do Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e de Acidentes Ferroviários (GPIAAF) explicou à agência Lusa que são as autoridades espanholas que têm a responsabilidade e a competência para desenvolver a investigação.

Inicialmente pensava-se que a aeronave tinha caído em território nacional, mas a Autoridade Nacional e Emergência e Proteção Civil (ANEPC) indicou que o acidente "ocorreu em território espanhol, a cerca de um a dois quilómetros da fronteira portuguesa".

O GPIAAF explicou que deslocou uma equipa para o local porque, quando recebeu a notificação do acidente, ainda não se sabia que o mesmo tinha acontecido em território espanhol, acrescentando este organismo que está a colaborar com a sua congénere espanhola.

Numa nota de imprensa, a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) afirmou que se trata de um avião anfíbio pesado (Canadair CL215), do Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais, do Centro de Meios Aéreos de Castelo Branco, que participava nas operações de combate a um incêndio que lavra no Parque Nacional da Peneda Gerês, freguesia e concelho do Lindoso, distrito de Viana do Castelo.

O avião despenhou-se num acidente junto à Barragem do Alto do Lindoso, na sequência de uma operação de ‘scooping’ (reabastecimento de depósito de água), segundo a mesma nota.

Entretanto, o Ministério da Administração Interna determinou à Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) a abertura de um inquérito ao incêndio que deflagrou no Parque Nacional da Peneda-Gerês, disse à agência Lusa fonte oficial.

Ao início da tarde, estavam no local 135 operacionais, apoiados por 36 veículos e 11 meios aéreos.  O incêndio no lado português "encontra-se a evoluir favoravelmente", segundo a Proteção Civil.

O Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e de Acidentes Ferroviários confirmou, por sua vez, ter sido notificado do acidente. E enviou já para o local uma equipa com vista a dar início às diligências.

Uma outra fonte da Proteção Civil, também ouvida pela Lusa, acrescentou que se trata um avião português que integrava o dispositivo de combate a incêndios florestais. Os feridos graves são os ocupantes do aparelho. O aparelho caiu numa zona montanhosa.

Um vídeo partilhado por um bombeiro da Galiza, divulgado na página espanhola Diário de um Bombeiro no Twitter, mostra o avião rodeado de chamas.

Segundo o portal da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, mais de 100 operacionais, apoiados por 28 veículos e dez meios aéreos portugueses e espanhóis combatiam, às 12h00, o incêndio no Parque Nacional da Peneda-Gerês, a lavrar desde as 5h19.Autarca de Ponte da Barca pede mais meios aéreos

O presidente da Câmara de Ponte da Barca pediu, este sábado, ao ministro da Administração Interna o reforço de meios aéreos no combate ao incêndio que está a lavrar Lindoso, para impedir que as chamas atinjam a mata protegida de Cabriz.

Augusto Marinho falava à agência Lusa, junto ao posto de comando instalado na freguesia de Lindoso, logo após ter contactado Eduardo Cabrita para o alertar para a necessidade de travar o incêndio antes de chegar ao rio de Cabriz.

Segundo o autarca social-democrata, se o fogo ultrapassar o rio Cabriz, o incêndio ganhará envergadura e serão precisos vários dias para o apagar.

O presidente daquela Câmara do distrito de Viana do Castelo sublinhou que a intervenção de meios aéreos é fundamental numa zona de difíceis acessos como aquela.

Portugal continental continua este sábado em estado de alerta devido ao risco de incêndios. Mantêm-se as as previsões de temperaturas altas, baixa humidade e vento, por vezes forte.

Bragança e Vila Real são os distritos que mais preocupam.

É proibida a realização de fogo, o uso de máquinas agrícolas e o acesso, circulação e permanência em espaços florestais. O estado de alerta vai prolongar-se até ao final do dia de domingo.

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