Cancelamento de operações turísticas da Noruega, Finlândia e Polónia `retira` 100 mil dormidas aos Açores - AHP

O cancelamento de operações turísticas da Noruega, Finlândia e Polónia, recentemente anunciado, implicará uma redução de cerca de 100 mil dormidas este ano nos Açores, afirmou hoje o delegado regional da Associação de Hotelaria de Portugal (AHP).

Lusa /

"Estes cancelamentos deverão resultar em menos 90 a 100 mil dormidas este ano nos hotéis do arquipélago", afirmou Humberto Pavão, em declarações à Lusa, acrescentando que o impato no setor "poderia ser muito pior se os cancelamentos tivessem ocorrido a meio da operação".

As dificuldades financeiras e a redução do número de turistas foram as razões apontadas pelos operadores turísticos para cancelar as operações que previam trazer vários milhares de visitantes da Noruega, Finlândia e Polónia para os Açores.

A secretária regional da Economia, Luísa Schanderl, já manifestou a "preocupação" do executivo com o cancelamento destas operações turísticas, salientando que o Governo dos Açores "já está à procura de soluções para este verão".

Para o delegado da AHP nos Açores, os hoteleiros "vão sentir alguma perda de rendimento", mas salientou que, só no final do ano, se poderá "avaliar com rigor" a globalidade dos prejuízos resultantes do cancelamento das três operações.

"Apesar de considerar que 2012 será o pior ano de sempre para o turismo nos Açores, acho que estes cancelamentos não são o fim do mundo, até porque já era de esperar que ocorressem", afirmou Humberto Pavão, para quem esta situação pode ser uma oportunidade para apostar em novos operadores e reforçar mercados como a Holanda ou a Alemanha.

Por seu lado, Catarina Cymbron, delegada nos Açores da Associação Portuguesa de Agências de Viagem e Turismo, manifestou à Lusa "preocupação e alguma surpresa" com estes cancelamentos, especialmente por terem sido feitos "em cima da hora".

"Sei que já havia reservas confirmadas para os meses de verão e que estes clientes, que queriam vir para os Açores, simplesmente serão reencaminhados para outros destinos", afirmou.

Catarina Cymbron salientou que a Finlândia "vendia muito bem e nada fazia prever esta decisão", apesar de admitir que a operação da Noruega "tinha morte anunciada" atendendo às caraterísticas naturais idênticas às dos Açores.

No que se refere à Polónia, frisou que "os Açores são pouco conhecidos", pelo que "não admira que não tenham conseguido vender o suficiente para aguentar a operação".

Apesar de considerar que estes cancelamentos não comprometem a sustentabilidade do setor, Catarina Cymbron defendeu que "chegou a altura certa" para se repensar o modelo de turismo da região.

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