Candidato à Misericórdia de Leiria denuncia resultados negativos na instituição

O vice-provedor da Misericórdia de Leiria Carlos Poço anunciou hoje a candidatura à liderança da instituição e denunciou a existência de resultados negativos no hospital D. Manuel de Aguiar, que quer combater.

Lusa /

Em conferência de imprensa, Carlos Poço explicou que se candidata tendo em conta as "preocupações fundadas sobre o presente e o futuro desta instituição", assumindo um projeto "ambicioso, mas também rigoroso e sustentável, para virar a página" da Misericórdia de Leiria.

O vice-provedor da Misericórdia não "renega" que fez parte da atual direção, liderada por Fernando Lopes, que acusa de "centralizar" toda a gestão do hospital, uma das valências da instituição que tem resultados negativos.

"O atual provedor centra demasiado a gestão e não será o melhor especialista nesta área. A gestão do hospital sempre foi da sua responsabilidade - ele é também o diretor clínico - e é aí o maior problema que temos. Não podemos deixar continuar por mais tempo a gestão entregue a uma pessoa que já demonstrou que, ano após ano, tem resultados negativos", salientou o candidato, ao revelar prejuízos de "300 mil euros por ano".

Garantindo que a instituição ainda não está em incumprimento, Carlos Poço admite que a situação financeira "não é brilhante, é difícil, mas é possível inverter", através de uma "gestão rigorosa".

"Estamos a cumprir com a instituição que nos financiou, mas é preciso ser muito exigente para o futuro, porque, caso contrário, poderemos ter dificuldades em cumprir. E o que estou a sentir é que os meios libertos este ano não são os suficientes para cumprir as exigências do próximo ano", acrescentou Carlos Poço.

Para Carlos Poço, os recursos financeiros necessários podem vir do hospital. "É no hospital que estamos a ter os piores resultados e é o hospital que está a absorver os recursos todos que temos. E é ali que espero ter superavit", acrescentou.

Este objetivo só será possível se "rentabilizar a atividade do hospital, com condições diferenciadas para os irmãos, garantindo o pagamento do serviço da dívida e ainda a libertação de meios financeiros para outras obras sociais da Misericórdia".

Segundo o candidato, a Misericórdia realizou um investimento de cerca de 15 milhões de euros na recuperação do edifício do Hospital D. Manuel de Aguiar e na construção do lar Residência XXI, faltando pagar 11 milhões de euros de empréstimo bancário.

O candidato entende que o atual Provedor "não tem condições para continuar", até porque vai completar 87 anos, e "nessa idade não se está nas melhores condições de gerir uma casa como esta".

A Santa Casa da Misericórdia de Leiria tem 1.200 irmãos, 30 utentes na Residência XXI para seniores, 33 lugares de creche, 80 utentes no Lar Nossa Senhora da Encarnação e 200 funcionários, referiu ainda o empresário Carlos Poço.

As eleições, para um mandato de quatro anos, ainda não estão marcadas, mas deverão acontecer em dezembro.

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