Carolina Salgado depõe hoje no Tribunal de Gondomar

Gondomar, 13 Mar (Lusa) - A ex-companheira de Pinto da Costa, Carolina Salgado, depõe hoje no Tribunal de Gondomar, como testemunha arrolada pelo Ministério Público, no âmbito do processo Apito Dourado sobre corrupção alegadamente associada ao futebol.

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O depoimento, que esteve marcado para 27 de Fevereiro último, teve que ser adiado porque Carolina Salgada foi chamada, na mesma altura, a uma diligência no Tribunal de Instrução Criminal do Porto.

Agora, e de acordo com os seus advogados, não há qualquer razão impeditiva da sua presença.

A deslocação ao Tribunal de Gondomar da ex-companheira de Pinto da Costa será a terceira no espaço de um ano.

A primeira ocorreu no primeiro trimestre do ano passado, no âmbito da instrução do processo que agora está a ser julgado.

Na altura, referiu a existência de diversos encontros entre Pinto da Costa e os arguidos Valentim Loureiro e Pinto de Sousa.

Era nesses encontros - lê-se no texto da decisão instrutória do processo, assinado pelo juiz de instrução Pedro Miguel Vieira - que, "para além do mais, o arguido Valentim Loureiro pedia explicações ao arguido Pinto de Sousa e pressionava-o no sentido de actuar daquela forma" [nomeando os árbitros pretendidos]".

No processo Apito Dourado de Gondomar, Valentim Loureiro (ex-presidente da Liga de futebol e presidente da autarquia de Gondomar), José Luís Oliveira (ex-presidente do Gondomar Sport Clube e vice-presidente da Câmara de Gondomar) e Pinto de Sousa (antigo responsável pela arbitragem da Federação Portuguesa de Futebol) são os principais arguidos.

Com mais 21 arguidos, são suspeitos de terem montado um esquema para induzir os árbitros a beneficiar o Gondomar Sport Club, na época 2003/2004.

A segunda vez que Carolina Salgado entrou no Tribunal de Gondomar foi em Dezembro passado, para depor no âmbito de um processo cível intentado por Pinto da Costa contra o Estado.

O presidente do clube azul-branco avançou com esta acção, pedindo 50 mil euros de indemnização, por considerar que foi detido ilegalmente em pleno tribunal, numa fase inicial das investigações do Apito Dourado.

A acção de Pinto da Costa viria a ser considerada "totalmente improcedente" pelo juiz Carneiro da Silva, o mesmo que lidera o colectivo agora responsável pelo julgamento do Apito Dourado.

O magistrado usou a expressão "grande credibilidade" para valorizar então o testemunho de Carolina Salgado, a propósito da "forte suspeita" de que Pinto da Costa tenha sido informado previamente da realização de uma busca policial a uma das suas residências.

O processo "Apito Dourado", que incluiu investigações a alegados casos de corrupção e tráfico de influências no futebol profissional português, foi desencadeado a 20 de Abril de 2004 com a detenção para interrogatório de vários dirigentes e árbitros de futebol.

JGJ.


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