CDU quer eleger vereador em Oeiras mas dá vitória de Isaltino por adquirida

O secretário-geral do PCP afirmou esta segunda-feira que a CDU quer eleger um vereador em Oeiras, para ser uma "voz de oposição" e não de "folclore e gritaria", apesar de dar por adquirida uma vitória do atual autarca Isaltino Morais.

Lusa /
Rodrigo Antunes - Lusa

Paulo Raimundo participou esta tarde numa arruada em Algés, no município de Oeiras, onde, nas últimas eleições autárquicas, em 2021, a CDU perdeu a vereação que detinha desde 1976 no concelho.

Em declarações aos jornalistas à margem da arruada, o secretário-geral do PCP disse estar "muito confiante" na eleição de um vereador da CDU no concelho, salientando que a "grande questão que se coloca nas eleições em Oeiras não é saber quem ganha".

"Eu acho que isso é um assunto arrumado e quem vier dizer que está a disputar a eleição, é só para enganar. Aqui a questão é quem é que está lá na Câmara para se opor às opções contraditórias à vida da maioria", referiu.

A candidata da CDU à Câmara Municipal de Oeiras é Sandra Lemos, que acompanhou o secretário-geral do PCP nesta arruada, onde ambos distribuíram folhetos da coligação, entraram em estabelecimentos comerciais e, logo no início do caminho, cruzaram-se com uma banca que distribuía camisolas de apoio a Isaltino Morais, com Paulo Raimundo a gracejar que se estava perante "um embate democrático" e a desejar uma boa campanha aos apoiantes do atual autarca de Oeiras.

Aos jornalistas, o secretário-geral do PCP frisou que a CDU tenciona voltar a estar presente na Câmara Municipal de Oeiras não para ser "uma voz de folclore, de gritaria", mas antes "de oposição e de construção".

Questionado se lhe parece que a CDU irá conseguir roubar a maioria a Isaltino Morais, Paulo Raimundo disse não querer "roubar nada a ninguém", mas antes que o "povo tenha voz" na autarquia.

"É para aí que estamos motivados. Ora, ter voz só é possível com a CDU e, portanto, não estamos aqui para roubar nada, estamos aqui para conquistar essa possibilidade do povo de Oeiras e isso só é possível com a CDU", disse.

Entre os principais problemas que considerou existirem no concelho, Paulo Raimundo destacou a habitação, setor em que, apesar de haver uma crise "generalizada no país inteiro", Oeiras tem "uma agravante".

"É que nós temos aqui uma gestão autárquica que alinha, se quisermos, de forma simplista, na conceção de que 2.300 euros é uma renda moderada, que alinha na conceção de que o chamado mercado -- seja a banca e os fundos imobiliários -- vão regular [o setor], coisa que nunca fizeram até agora, e que alinha na alteração da lei dos solos", criticou.

Paulo Raimundo acusou ainda Isaltino Morais de levar a cabo uma "política ao serviço da maioria e a entreter a maioria" e defendeu que "há problemas por resolver" em Oeiras também a nível dos transportes e da acessibilidade.

"Problemas que não dependem apenas da Câmara, mas que exigem da Câmara um papel diferente. (...) São questões em que é preciso ter outra presença e outra resposta da Câmara Municipal", disse, defendendo que é necessária "uma voz diferente na câmara para chamar a atenção para isso".

O atual executivo de Oeiras é formado pelo IN-OV, movimento de Isaltino Morais, com oito mandatos, o PS e PSD, com um cada, e a vereadora independente Carla Castelo indicada pela coligação Evoluir Oeiras (BE/Livre/Volt).

Nestas eleições autárquicas de 12 de outubro, concorrem à presidência da Câmara Municipal de Oeiras, além de Sandra Lemos, da CDU, Isaltino Morais (IN-OV), Ana Sofia Antunes (PS), Bruno Mourão Martins (IL), Pedro Frazão (Chega), Carla Castelo (Livre/BE/Volt) e Miguel Peixoto Parente, pela coligação "Compromisso com Oeiras".

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