Centro Ismaili. Judiciária prossegue investigação depois de afastada hipótese de terrorismo

por RTP
Foto: António Antunes - RTP

A Polícia Judiciária fez buscas na casa do suspeito do ataque no centro ismaelita. Uma dezena de inspetores e técnicos da Judiciária estiveram no prédio de Odivelas onde Abdul Bashir vivia com os três filhos.

Saíram cerca de 30 minutos depois.

A RTP sabe que a Judiciária já tinha as chaves de casa do suspeito desde quarta-feira, o dia do ataque, e aguardava apenas a autorização judicial para dar início às buscas.
 
A Judiciária afastou a possibilidade de haver motivações religiosas no ataque no centro ismaelita de Lisboa.

A polícia admite que os dois homicídios tenham sido provocados por um surto psicótico. O Presidente da República admitiu que o ataque esteja ligado à regulação da guarda dos filhos do suspeito.
Em conferência de imprensa, o diretor nacional da Polícia Judiciária admitia que o ataque que vitimou duas mulheres no Centro Ismaili poderá ter sido motivado por um ataque psicótico. Uma suspeita que teria de ser confirmada ou não por uma avaliação médica.

O agressor não deverá ter alta hospitalar antes de um período de 10 dias e só então haverá condições para ser submetido a interrogatório pelo juiz de instrução, acrescentou ainda o diretor nacional da PJ.

Um episódio psicótico envolve uma quebra de contacto com a realidade. O mais comum nestes casos é os indivíduos sentirem-se perseguidos.

O homicida agora detido é beneficiário do estatuto de proteção internacional e não era alvo de "qualquer sinalização" pelas autoridades.

A família de Abdul Bashir chegou a Portugal vinda da Grécia no final de 2021 com os três filhos, viviam em Odivelas e recebiam apoio e formação no Centro Ismaili, que ajuda a comunidade de refugiados em Portugal.

As vítimas mortais são duas mulheres, de 24 e 49 anos, que trabalhavam no Centro Ismaili precisamente nos serviços de apoio aos refugiados.
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