Chefe da Armada defende substituição urgente de corvetas e patrulhas
O Chefe do Estado-Maior da Armada (CEMA), Almirante Melo Gomes, alertou que as corvetas e patrulhas, com mais de 30 anos de serviço, estão "no limite" e precisam de ser substituídas "com urgência".
O "recado directo e necessário" ao Governo, como admitiu, foi deixado pelo almirante Melo Gomes na abertura do ano operacional da Marinha, na Base Naval do Alfeite, em Almada, que incluiu um desfile de tropas em parada, e em que admitiu chefiar uma "esquadra envelhecida".
Em declarações aos jornalistas, admitiu que recursos existem na Lei de Programação Militar (LPM) e nos planos de investimento, mas que é preciso serem "levados à prática" para que a Marinha mantenha "a sua operacionalidade".
Apesar de as corvetas e patrulhas, com 32 e 38 anos de serviço, manterem "operacionalidade e prontidão assinaláveis", Melo Gomes advertiu que "não será possível manter por muito tempo os actuais níveis de empenhamento" dos navios.
"É necessário, é urgente que sejam substituídas por unidades tecnologicamente mais avançadas", afirmou Melo Gomes às tropas em parada, junto ao cais do Arsenal do Alfeite, no Tejo, onde estavam fundeados o navio-escola "Sagres", fragata Vasco da Gama ou o submarino "Barracuda".
O CEMA afirmou depois, em declarações aos jornalistas, esperar que os novos navios patrulha, em construção nos Estaleiros de Viana do Castelo, sejam entregues "no final de 2008".
A substituição das patrulhas pelas lanchas de fiscalização costeira "ultrapassou há muito o epíteto de urgente", disse.
Ao longo do ano operacional 2006-2007, os navios da marinha portuguesa, no seu conjunto, efectuaram 37 mil horas de navegação.
A Armada, ainda segundo os dados da marinha, salvou 844 vidas, em 812 missões de busca e salvamento na costa portuguesa.