O Chega realiza até domingo, em Santarém, a sua quinta convenção nacional para reeleger André Ventura como presidente e os órgãos previstos nos estatutos de 2019.
Chega vai reeleger André Ventura em convenção nacional
Com o regresso aos estatutos originais, os órgãos do partido ficam mais reduzidos e alguns deixam de existir, como o secretário-geral ou a comissão de ética. A eleição do líder deixa de acontecer em diretas e volta a realizar-se e em convenção.
Sem qualquer oposição interna, André Ventura irá reclamar um “papel preponderante” num futuro governo liderado pelo PSD e rejeitar qualquer possibilidade de uma “geringonça à direita”, ou seja, um executivo social-democrata minoritário com apoio parlamentar do Chega, como acontece atualmente nos Açores com o Governo PSD-CDS-PPM.
A convenção deste fim de semana tornou-se, então, eletiva, sem alterações estatutárias, e o atual líder, André Ventura, anunciou logo a sua recandidatura. Ventura já foi candidato por várias vezes, mas apenas teve um adversário nas eleições diretas de 6 de novembro de 2021, Carlos Natal, que obteve 5,22% dos votos, contra 94,75% para o atual presidente.
Com pouco espaço para a oposição interna, uma vez que todas as listas eleitas são afetas a Ventura, o atual presidente não deverá ter adversários, mas o prazo para apresentação de candidaturas só termina esta noite, já depois da abertura dos trabalhos.
Apesar de a moção de estratégia global que vai apresentar à convenção ainda não ter sido divulgada, o líder do Chega disse, em entrevista à Lusa, que vai pedir estabilidade ao partido.
A abertura dos trabalhos da V Convenção Nacional está agendada para as 21h30, no Centro Nacional de Exposições e Mercados Agrícolas (CNEMA), em Santarém, com o discurso do presidente do partido, seguindo-se intervenções políticas de dirigentes e delegados.
No sábado, está prevista a eleição do presidente da Direção Nacional e discurso do novo líder eleito após a divulgação dos resultados.
Os 600 delegados esperados, aos quais se somam as inerências, vão debruçar-se também no segundo dia sobre as 24 moções temáticas, que se dedicam a temas variados, desde o poder local, às redes sociais ou ao lítio.
"SOS Interior: Projecto D. Sancho I de repovoação do Interior" ou a "Tecno-política das cidades inteligentes" são os títulos de outras moções que estarão em debate.
A V Convenção Nacional do Chega termina no domingo com a eleição dos restantes órgãos nacionais, intervenções dos "convidados internacionais" representantes de partidos da extrema-direita europeia e o discurso de consagração do presidente eleito.