"Chuva de estrelas" volta a mostrar-se nos céus noturnos

por RTP

Chegados ao mês de agosto, os conhecedores e amantes da astronomia voltam a procurar no escuro céu a conhecida "chuva de estrelas ou de Perseidas".

Os mais interessados e principalmente se estão no hemisfério norte, sabem que agosto é geralmente considerado o "mês do meteoro", com uma das melhores exibições do ano.

Desta vez, a maior frequência de reentradas e de "riscos nos céus" ocorre na noite de 11 para 12 de agosto - de terça para quarta-feira da próxima semana.

Mas, este ano, a busca pode ser um pouco mais difícil, visto a Lua estar a sair da sua fase mais luminosa (Lua Cheia) e a pairar cerca de oito graus abaixo do aglomerado de estrelas das Plêiades, não muito longe da constelação de Perseu, de onde os meteoros emanam.

E, além da Lua não colaborar, a constelação de Perseu no horizonte noturno também não vai estar no melhor local para a observação.

A constelação apenas vai surgir no firmamento celeste depois das 23h00, a nordeste e só a meio da madrugada estará bem lá no alto.


A imagem acima apresenta o céu visível às 05:30 horas do dia 15 de agosto em Lisboa mostrando os planetas visíveis a olho nú: Mercúrio, Vénus e Marte.  De acordo com Observatório Astronómico de Lisboa a constelação de Perseu encontra-se logo abaixo da estrela Capella na constelação de Auriga.O que é a "chuva de Perseidas"
Batizada pelo povo como "chuva de estrelas", este fenómeno celeste de "estrelas cadentes" resulta da entrada de pequenos pedaços de rochas, poeiras e areis espaciais com origem na passagem do cometa Swift-Tuttle que, ao cruzar a órbita terrestre, deixou para trás um rasto destes materiais mais sólidos.
Este mês vamos ter duas “chuvas de estrelas”. A “chuva de Perseidas”, com o pico máximo a 11 de agosto e a “chuva Kappa Cygnids”, esta com menos intensidade e com as estrelas cadentes a surgirem nos céus com maior frequência, no dia 17 de agosto.
Quando a Terra passa por esta zona dos detritos, estes pedaços atingem a atmosfera,desintegram-se e provocam rastos luminosos (conhecidos popularmente por chuva de estrelas).

Relativamente à origem do nome [Perseidas], este deve-se ao facto da chuva de meteoros ter o ponto radiante aparente na constelação de Perseus.

Como observar comodamente a "chuva de Perseidas"
Olhar as estrelas é sempre um espetáculo digno de se ver, principalmente se for feito num local onde não haja poluição luminosa.

E nestes dias em que o céu nos oferece, mais uma vez, bons fenómenos e boas imagens celestes, nada como olhar com mais calma o que o firmamento nos tem para mostrar.

Se a opção for mesmo essa, a sua melhor plataforma de observação seria uma cadeira confortável reclinável e que permita calmamente, e bem instalado, a observação do firmamento celeste.

Para os mais aficionados um telescópio ou uns bons binóculos podem ser sempre uma ajuda e aproveitar para observar outros astros que se fazem visualizar com bastante facilidade esta época do ano (Saturno, Júpiter e a Lua).

Também pode optar por algo ainda mais relaxante e desenrolar um saco de dormir ao ar livre e aproveitar a "chuva" de meteoros de verão, para "molhar" as vistas de algo que só o céu nos oferece.

E quando observar um… "peça um desejo".


Agosto pródiga em "chuvas de estrelas"
Este mês de agosto não são só as “migalhas” do cometa Swift-Tuttle que lhe oferecem uma chuva de estrelas.

À medida que o mês de agosto avança, e com a Lua e as Perseidas a diminuir, surge uma outra chuva de meteoros nos céus.

Com o nome chuva Kappa Cygnid e de acordo com as previsões da Organização Internacional de Meteoros (IMO), esses meteoros vão atingir o pico de observação a 17 de agosto, embora tenham já começado a 3 de agosto e continuem até 25 de agosto.

As maiores observações dos Kappa Cygnids foram registadas em 2007 e 2014, no entanto, para este ano, não há previsões da quantidade de meteoros que vão reentrar na atmosfera terrestre.

Esta "chuva de estrelas", comparando com a de Perseidas, é de muito menor frequência e apresenta-se apenas com um máximo de quatro aparições a cada hora, embora alguns deles apresentem imagens magníficas, como bolas de fogo em chamas, devido aos detritos serem de maior tamanho.

A melhor visualização para este fenómeno será no início da noite, quando o radiante no noroeste de Cygnus está presente e bem acima do horizonte.

Ao contrário de muitos outros fenómenos associados às chuvas de estrelas, os Kappa Cygnids não estão associados a nenhum cometa conhecido.
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