Com novo secretário-geral. FNE anuncia greve de professores para 6 de junho

Eleito em congresso, o novo secretário-geral da Federação Nacional da Educação anunciou este domingo para 6 de junho uma greve nacional de professores. Pedro Barreiros promete mais contestação às políticas da tutela no próximo ano letivo, caso os problemas continuem por solucionar.

Carlos Santos Neves - RTP /
Reuters (arquivo)

"Seja a greve que vamos fazer no dia 6 de junho, com concentrações no Porto e em Lisboa, com grandes concentrações, seja também a possibilidade das greves para o final do ano letivo, seja ao serviço de exames, seja outras", enumerou o novo secretário-geral da FNE, ouvido pela RTP.Pedro Barreiros foi eleito secretário-geral da FNE, para um mandato de quatro anos, no XIII Congresso Nacional da federação sindical, que se realizou em Aveiro.

"Tal como também avançamos desde já com a possibilidade de começarmos ações de luta fortes a partir do primeiro dia do próximo ano letivo", acrescentou.

Pedro Barreiros prometeu assim endurecer o combate às políticas do Ministério de João Costa.
"Vamos ainda robustecer mais as nossas propostas, isto do ponto de vista negocial, porque está na nossa matriz. E nós queremos ter um parceiro. Sem parceiro, não há negociação", apontou.

"Da nossa parte, há essa disponibilidade e esse compromisso. Se o Ministério da Educação não quiser, se o Governo não o quiser fazer, aí, esgotado o tempo negocial, vamos para a luta, garantidamente com cada vez maior força", insistiu.

Já em declarações à agência Lusa, o dirigente sindical não deixou de lamentar a ausência de várias delegações de partidos com assento parlamentar na tomada de posse dos novos órgãos sociais da FNE, desde logo do PS. A democracia, fez notar, constrói-se "através da participação".

"Podemos estar em desacordo. Pode até mesmo este momento não ser o ideal, ser um momento de contestação, complexo, mas também temos de saber distinguir aquilo que é o Governo e aquilo que são os partidos com assento parlamentar", observou.

Na tomada de posse dos novos órgãos sociais da FNE, estiveram representantes de PSD, Chega e Iniciativa Liberal e de estruturas sindicais, além do secretário-geral da UGT, Mário Mourão.Pedro Barreiros sucede como secretário-geral da FNE a João Dias da Silva, que esteve 19 anos no cargo.

Foi também anunciado que, na segunda-feira, vai ser remetido um pedido de reunião aos partidos, ao presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e a diferentes instituições, visando dar a conhecer o plano de ação aprovado em congresso.

Pedro Barreiros, até agora vice-secretário-geral da FNE e presidente do Sindicato dos Professores da Zona Norte, foi eleito com 94,7 por cento dos votos em eleições com lista única. Os novos órgãos sociais - Secretariado Nacional e Mesa do Congresso - foram eleitos para o quadriénio 2023-2027 com 397 votos a favor, 13 votos contra, seis em branco e três nulos, em 419 votantes.

c/ Lusa
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