Combate à imigração ilegal. Dezenas de detidos em operação da Polícia Judiciária

A Polícia Judiciária pôs esta quarta-feira em marcha uma operação em larga escala destinada ao combate à imigração ilegal. Foram detidos quase 60 suspeitos.

RTP /
Rui Alves Cardoso - RTP

Em conferência de imprensa esta tarde, o coordenador de Investigação Criminal da PJ precisou que foram detidas até ao momento 58 pessoas no âmbito da operação policial Aliança Digital, iniciada no final de 2023.

“Foi possível apurar que este grupo criminoso delineou um plano criminoso com o intuito de promover a regularização fraudulenta de imigrantes, obtendo com isso proventos financeiros na ordem dos milhões de euros”.

O cálculo precoce aponta para pelo menos dois milhões de euros, detalhou José Ribeiro. Os detidos têm entre 23 e 54 anos.

O responsável adiantou ainda que a maioria dos imigrantes legalizados por este grupo se encontra agora a viver noutros países europeus.

A ação foi levada a cabo pela Polícia Judiciária, através da Unidade Nacional de Combate ao Cibercrime e à Criminalidade Tecnológica (UNC3T), em inquérito dirigido pelo DIAP de Lisboa, adiantou a PJ em comunicado durante a manhã.

Segundo a Judiciária, a operação decorre na Grande Lisboa e investiga a prática de crimes de auxílio à imigração ilegal, associação de auxílio à imigração ilegal e falsidade informática.Ao todo, foram emitidos 70 mandados de detenção. A operação envolveu a colaboração de cerca 300 elementos da PJ, tendo sido cumpridos 57 mandados de busca e apreensão.

As diligências de busca e as consequentes detenções, apurou a RTP, tiveram especial incidência na região de Lisboa, designadamente no Martim Moniz.

“Os suspeitos delinearam e concretizaram um plano criminoso, através das redes sociais, com o intuito de promover a regularização fraudulenta de cidadãos estrangeiros”, lê-se no comunicado.
Inicialmente, os cidadãos estrangeiros deslocavam-se a Portugal para se reunirem com os suspeitos, onde lhes era explicado que a forma mais fácil de se regularizarem e obterem autorização de residência seria com a abertura de empresa.

“Posteriormente, uma vez que tais procedimentos eram exigentes, os suspeitos passaram a sugerir a realização de casamentos de conveniência com cidadãs portuguesas, não havendo qualquer relação entre os nubentes, mediante o pagamento de elevadas contrapartidas pecuniárias”.

Segundo a PJ, as buscas permitiram a recolha e apreensão de prova de natureza documental e digital muito relevantes para o inquérito e para a identificação de outros suspeitos.

Os detidos serão presentes ao Ministério Público.
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