Computadores substituem sebentas e cadernos de alunos do primeiro ciclo

Os alunos do 1º ciclo da Escola do Avelar passam, a partir de hoje, a usar portáteis em vez de cadernos diários ou sebentas para aprender, num projecto pioneiro para testar a aplicação destas tecnologias no ensino.

Agência LUSA /

"Isto é mais giro do que escrever no caderno", confessou, sorrindo, Ricardo Gertudres, de sete anos, enquanto desenhava um boneco de neve, para ilustrar uma composição pedida pelas professoras.

Em cada turma, cada aluno terá direito a um computador portátil ligado à Internet, com ecrã onde podem escrever directamente, e as carteiras deixam de apresentar a soma avulsa de cadernos e livros escolares, ficando tudo concentrado no disco rígido do aparelho e na rede sem fios instalada.

A própria organização espacial da sala de aula vai mudar e os professores poderão realizar trabalho dirigido para cada aluno, conforme as suas competências.

António Rodrigues, director do Centro de Competências entre Mar e Serra (Batalha), é um dos promotores deste projecto e irá monitorizar o trabalho realizado, que inclui ainda aulas aos pais sobre informática e novas tecnologias.

Esta formação será gratuita e os pais poderão levar os filhos para essas aulas, já que estes estão mais familiarizados com estas matérias, explicou, confessando-se entusiasmado com o empenho dos próprios alunos, mesmo os mais novos.

O equipamento começou a ser instalado quinta-feira mas os "miúdos já descobriram maneira de copiar" de um aparelho para outro utilizando a rede instalada, brincou, considerando que a adesão dos alunos é "inquestionável".

"O nosso problema não são as crianças. Se calhar vamos ter de arranjar maneira para que vão para o intervalo", afirmou.

Exemplo disso foi o que sucedeu hoje de manhã, durante a apresentação do projecto pela ministra da Educação, já que foram as professoras a insistirem com os alunos que já era horas de almoço, perante a tristeza de alguns.

O facto de cada aluno ter direito a um computador que, numa segunda fase, poderá levar para casa foi também destacado por António Rodrigues, salientando que esta solução garante que não vão existir problemas internos na turma.

Normalmente, quando os computadores são menos que o número de alunos, "os rapazes não deixam as raparigas descobrir o prazer da tecnologia", explicou.

A escolha de Ansião deveu-se não apenas ao empenho da própria direcção do agrupamento mas também às condições físicas do edifício, que permitem acolher este equipamento e aos conhecimentos dos professores em Tecnologias de Informação.

Além dos computadores, com uma média de 1,5 alunos por equipamento, este projecto contempla redes sem fios, quadros interactivos em cada sala de aula, impressão digital, entre outras propostas, que estão a ser implementadas no agrupamento de escolas de Avelar e na escola secundária de Arouca.

Nas restantes escolas, a média de computadores por aluno é inferior mas existirão módulos portáteis que poderão ser utilizados por cada turma, acrescentou António Rodrigues.

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