Comunidade Portuária de Lisboa revoltada com decisão
Lisboa, 25 Fev (Lusa) - A Comunidade Portuária de Lisboa considerou hoje que a Terceira Travessia vai comprometer de forma grave e definitiva o desenvolvimento da actividade portuária no estuário do Tejo, "liquidando as hipóteses de crescimento" e sobrevivência de parte do porto.
"A Comunidade Portuária lamenta não partilhar da euforia hoje revelada pelo presidente da Câmara Municipal de Lisboa, António Costa, e pelo Governo, através dos dirigentes do Ministério do Ambiente", afirma esta estrutura num comunicado em que critica o avanço do projecto como está previsto.
O protesto da Comunidade Portuária de Lisboa (CPL) surge no dia em que foi conhecida a "luz verde" do Ministério do Ambiente à construção da nova ponte, impondo várias condicionantes, entre as quais a cobrança de portagens diferenciadas, cujos preços variam em função da procura.
A CPL manifesta "revolta pelo facto de entidades oficiais com responsabilidades no processo não terem acolhido ou percebido os alertas lançados".
"A CPL teve oportunidade de, por mais de uma vez, avisar a RAVE que, perante a satisfação das reivindicações estéticas colocadas pelo presidente da Câmara de Lisboa, que veio exigir uma ponte baixinha, resultariam gravíssimas consequências para a navegação do Tejo, para a exploração dos terminais portuários e para a competitividade de uma parte importante do Porto de Lisboa", lê-se no documento.
Segundo a CPL, "a redução do máximo tirante de ar da futura ponte para 42,5 metros, conforme reclama o presidente da câmara e o Governo parece aceitar, impedirá a passagem das gruas flutuantes" e navios de maiores dimensões.
A comunidade portuária manifesta-se preocupada e diz temer que os cálculos das entidades oficiais assentem em dados e informações "sem qualquer ligação à realidade".
AH.