Construção de barragem em Moçambique é "prova de fogo" para empresa brasileira

São Paulo, Brasil, 24 Mar (Lusa) - A construção em Moçambique de uma das maiores barragens do continente africano será uma "prova de fogo" para a construtora brasileira Camargo Corrêa, admitiu hoje um director desta empresa responsável pelo empreendimento.

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Com um potencial de produção de 1.500 MW de energia (Cahora Bassa tem uma capacidade de cerca de 2075 megawatts), a barragem de Mphanda Nkuma exigirá investimentos de 2,1 mil milhões de euros, valor três vezes superior a toda a carteira de contratos internacionais da construtora Camargo Corrêa.

"Essa será uma prova de fogo. Se concluirmos esse processo como esperamos, a Camargo Corrêa entrará em um novo patamar no cenário internacional", disse o director Kalil Cury ao jornal Valor Económico.

Segundo o contrato firmado com o Governo moçambicano, a companhia brasileira será responsável pelo projecto, execução da obra e possivelmente também pela operação da barragem.

Caberá igualmente à companhia encontrar investidores internacionais interessados em participar do projecto, cujas obras deverão ser iniciadas em Julho de 2009, com conclusão prevista para 2013.

A Camargo Corrêa está em fase final de contratação de um banco internacional para coordenar toda essa operação, sublinhou o diário brasileiro.

Kaliy Cury viaja hoje para Moçambique para discutir com as autoridades locais as futuras regras de cobrança para as tarifas da barragem.

O excedente de electricidade, cerca de 1.000 MW, será exportado para os países da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), nomeadamente a África do Sul, que depende da importação de energia de Moçambique.

O contrato inclui igualmente a construção de uma linha de transmissão de 1.400 quilómetros para ligar a barragem à capital Maputo.

A construtora brasileira está associada num consórcio às empresas Electricidade de Moçambique (EDM) e Energia Capital, também de origem moçambicana.

A barragem de Mphanda Nkuwa será construída a 60 quilómetros do empreendimento congénere de Cahora Bassa, na província de Tete, no centro do país, e utilizará também o potencial do rio Zambeze para produção de energia eléctrica.

MAN.

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