Conversa Capital com António Portela, CEO da BIAL

por Antena1

Foto: Antena1

Se o Estado não aumentar o preço de alguns medicamentos, as empresas podem não ter capacidade para manter esses medicamentos no mercado, devido ao aumento dos custos de transporte e das matérias-primas.

Em entrevista à Antena 1 e ao Jornal de Negócios, o CEO da Bial diz que está preocupado com o aumento dos custos dos transportes e das matérias-primas. António Portela admite mesmo que o Estado terá de aumentar alguns medicamentos, sob pena das empresas deixarem de ter capacidade para fornecer o mercado.

Nesta entrevista, António Portela considera que o Estado tem de dar condições às empresas para criarem riqueza e, nesse sentido, o CEO espera que o próximo orçamento traga uma descida da carga fiscal, nomeadamente do IRC. Segundo António Portela, Portugal tem de ter a ambição de criar riqueza e de crescer. E o que está previsto no PRR é insuficiente. Independentemente de ser com maioria absoluta ou não, de esquerda ou de direita, o próximo governo tem de trazer estabilidade.

Nesta entrevista Antonio Portela adianta que não está preocupado com o aparecimento da nova variante do Covid, desde que as regras sejam cumpridas, mas também considera que pode vir a ser necessário recorrer aos Centros de Saúde para manter o nível de testagem, face à sobrecarga das farmácias.

Ao contrário do que aconteceu no primeiro confinamento, o Estado não pediu às empresas para fazerem stocks de medicamentos, nomeadamente antibióticos. Se houver uma catástrofe Portugal não tem, neste momento, uma reserva. Antonio Portela considera que houve uma preocupação excessiva com a Covid e tudo o que não era Covid foi deixado para trás, de uma forma que ainda não há consciência.

Apesar da redução de consultas e de diagnósticos médicos, a Bial vai acabar o ano com uma faturação de 330 milhões, ligeiramente superior ao ano anterior, e com um resultado líquido positivo. Ainda assim, a empresa não conseguiu crescer a dois dígitos, objetivo que acredita atingir em 2022. O resultado de 2021 foi obtido à custa dos mercados internacionais.

Uma entrevista conduzida pelos jornalistas Rosário Lira, da Antena1 e Vítor Rodrigues Oliveira do Jornal de Negócios.
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