O Presidente da República admitiu que tinha muitas dúvidas em assinar uma proposta de nacionalização da TAP e reconheceu que a solução encontrada para a transportadora aérea nacional foi a que restou.
Referindo não se tratar de "uma ideia ideológica", o chefe de Estado prosseguiu: "Se não tivesse havido pandemia não tinha havido esta solução. Mas foi a solução que restou, perante a falta de capital privado, perante a urgência e perante a necessidade de não se perder a TAP nas ligações com as regiões autónomas, com as comunidades portuguesas e com os países de língua portuguesa".
O Presidente da República reconheceu ainda que não havia soluções ótimas nem boas para a TAP, mas salientou que a solução encontrada "evitou a nacionalização, permitiu um acordo, um acordo difícil com os privados, mantendo os privados também, mas um acordo a pensar no interesse do país".
O Governo anunciou na quinta-feira que tinha chegado a acordo com os acionistas privados da TAP, passando a deter 72,5% do capital da companhia aérea, por 55 milhões de euros.
"De forma a evitar o colapso da empresa, o Governo optou por chegar a acordo por 55 milhões de euros", referiu o ministro das Finanças, João Leão, numa conferência de imprensa conjunta com o ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, em Lisboa.
A Comissão Europeia aprovou em 10 de junho um "auxílio de emergência português" à TAP, um apoio estatal de até 1.200 milhões de euros para responder às "necessidades imediatas de liquidez" com condições predeterminadas para o seu reembolso.
Uma vez que a TAP já estava numa débil situação financeira antes da pandemia de covid-19, a empresa "não é elegível" para receber uma ajuda estatal ao abrigo das regras mais flexíveis de Bruxelas devido ao surto, que são destinadas a "empresas que de outra forma seriam viáveis".