Covid-19. Máscaras caem ou não caem?

Portugal poderá ser o próximo país da UE a deixar cair a proteção facial mas para isso será necessário reduzir a taxa da mortalidade por milhão de habitantes. A Dinamarca foi o primeiro estado a retirar as medidas de proteção na totalidade, seguiram-lhe mais cinco. A Grécia mantém as restrições mais severas no combate à covid-19. Espanha retira a imposição da máscara a partir de amanhã.

RTP /
Sarah Meyssonnier - Reuters

No próximo dia 22 de abril o atual estado de alerta, estabelecido pelo Governo português, pode alterar-se. O país faz parte do grupo de Estados da EU que mantêm as medidas pandémicas menos severas.

Para Portugal dar o salto para um quotidiano sem máscara, o Executivo estabeleceu que é preciso baixar a taxa de mortalidade, pelo menos, para o valor de referência definido pelo Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças: 20 mortes a 14 dias, por milhão de habitantes.

De acordo com a Direção-Geral de Saúde, os últimos registos da situação epidemiológica do país sobre a mortalidade associada à covid-19 dão nota de 28,8 óbitos a 14 dias por milhão de habitantes.

Para já, as restrições em vigor assentam na obrigatoriedade do uso da máscara em espaços públicos fechados, como escolas, transportes ou serviços de saúde. Nas visitas a lares ou a outros espaços de saúde, acrescenta-se um teste negativo, caso a pessoa não tenha o plano de vacinação completo. Em situação de infeção, a permanência em casa durante sete dias também faz parte da lista das restrições, mas os contactos de risco estão fora dessa imposição.
Espanha
A partir de dia 20 – amanhã – Espanha deixa cair o uso obrigatório de máscara em locais fechados, mas vão-se manter algumas exceções.

Em vigor continuará o dever da colocação da proteção facial em todos os transporte público, desde autocarro a avião. Em táxis o uso de máscara fica é decidido pelos ocupantes.

A obrigatoriedade de colocar máscara mantem-se em todos os centros e estabelecimentos de saúde, incluindo hospitais (exceto pessoas hospitalizadas, se estiverem no seu quarto sem visitas), centros de saúde, farmácias, locais de transfusão de sangue ou similares. A imposição também é aplicada nos centros sociais de saúde (residências) para visitantes e funcionários.

A ministra da Saúde espanhola, Carolina Darias, anunciou que será este o decreto que o Conselho de Ministros vai aprovar esta terça-feira. No texto não haverá recomendações, mas reforça o "uso responsável" da máscara.

Em Espanha, pessoas saudáveis com menos de 60 anos que apresentem sintomas não precisam de se isolar, mas é recomendável evitar o contato com pessoas vulneráveis e usar a máscara por dez dias.

As autoridades de saúde e os especialistas em saúde pública recomendam que as pessoas mais vulneráveis à covid-19 continuem a usar máscaras em espaços fechados, especialmente se estiverem muitas pessoas.

A vacinação contimnua como proteção adicional, com o objetivo de diminuir a probabilidade de complicações.
Outros países
A Dinamarca foi o primeiro país da UE a retirar as imposições do uso da máscara, no início de fevereiro. Seguiram-se Suécia, Países Baixos, Irlanda que anunciaram o fim das restrições, incluindo o uso da mascara em espaços públicos fechados. A Hungria apenas mantêm o uso de proteção facial em estabelecimentos de saúde.

Ainda dentro da UE, mas com as restrições mais severas permanece a Grécia. O ministro da Saúde, Thanos Plevris deu a saber que durante o verão as imposições de apresentação de certificado digital à entrada de alguns estabelecimentos e o uso da máscara em áreas fechadas deverão ser suspensas. Em setembro, o ministro grego diz que as medidas serão reavaliadas.

Fora da UE, o governo do Reino Unido deixou de exigir o uso da máscara, mas "recomenda a continuidade da cobertura facial em espaços lotados e fechados, onde se possa entrar em contato com outras pessoas que normalmente não conhece". Alerta-se para as diferentes regras aplicadas em Inglaterra, Irlanda do Norte, Escócia e País de Gales.
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