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COVID-19
Covid-19. Regras para isolar vacinados podem ser adaptadas e inoculação de jovens ainda em análise
As autoridades de saúde admitem adaptar as medidas de isolamento para os vacinados que têm contactos de risco. Válter Fonseca, responsável da Comissão Técnica de Vacinação contra a Covid-19, fala de um impacto "imenso" da vacinação na mortalidade e adianta que ainda está em análise a vacinação de faixas etárias acima dos 12 anos.
"Em Portugal o período de isolamento é de 14 dias. Desde há meses, começando-se a compreender melhor o período de incubação da infeção, foi dada a possibilidade de, numa avaliação individual, as autoridades de saúde poderem, perante teste negativo ao 10.º dia, terminar o isolamento nesse dia", explicou o coordenador da Comissão Técnica de Vacinação Contra a Covid-19, Válter Fonseca.
Em entrevista à agência Lusa, questionado sobre se as autoridades equacionavam alterar as medidas a cumprir por quem tem um contacto de risco, mesmo estando vacinado, o responsável afirmou: "Essa possibilidade de avaliação de caso de risco, caso a caso, sempre foi possível".
No entanto, adianta que está a ser feita uma análise mais geral, sobre o impacto da vacinação e sobre a forma como se comporta a variante Delta, para determinar se as regras gerais de isolamento podem ser mudadas para quem tem a vacinação feita.
O primeiro-ministro, António Costa, que tem o esquema vacinal completo, saiu na passada segunda-feira de um isolamento, que durou 10 dias, após ter tido um contacto considerado de risco.
Esta medida motivou críticas às autoridades de saúde e um pedido de explicações por parte do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, sobre este tipo de situação.
Vacinas acima dos 12 anos analisadas antes do início das aulas
A Comissão Técnica de Vacinação Contra a Covid-19 está a analisar a vacinação das faixas etárias acima dos 12 anos. O parecer sobre a melhor opção deverá ser emitido antes do arranque do ano letivo, "naturalmente conhecido para que o planeamento da vacinação possa ser feito atempadamente".
"Será feito um parecer (...) de forma atempada e para proteger a saúde pública, nos 'timings' mais adequados, também em função da evolução da cobertura vacinal da restante população, que continua a ser a nossa prioridade", acrescentou Válter Fonseca.
As autoridades regionais da Madeira anunciaram que a região vai começar a vacinar contra a covid-19 alunos a partir dos 12 anos para que iniciem o próximo ano letivo imunizados.
O coordenador da comissão técnica de vacinação insistiu: "A vacinação de adultos com esquema vacinal completo continua a ser a nossa melhor estratégia, à data de hoje, com os dados que temos, para conseguir alcançar um melhor controlo possível da transmissão".
Válter acredita que não será necessário qualquer incentivo para levar os jovens a vacinarem-se e lembra que Portugal tem das melhores taxas de cobertura vacinal e jovens responsáveis.
"Eu acredito que vai correr bem. Portugal tem uma história de adesão à vacinação que é das melhores do mundo. Temos taxas de cobertura vacinal muito elevadas e temos jovens responsáveis", afirmou Válter Fonseca, acrescentando que “todos querem ultrapassar esta situação".
Quem está a ser infetado não são os vacinados
Sobre o aumento de casos de infeção em Portugal, quando menos de 40% da população portuguesa tem o esquema vacinal completo, Válter Fonseca lembrou que as vacinas não são 100% eficazes e que se devem manter todas as medidas de proteção.
"Mas quem está a ficar infetado não são as pessoas vacinadas. (...) Isto é também importante que se clarifique", sublinhou.
O responsável analisa dos dados sobre a atual situação da pandemia e argumenta que há casos acima dos 50 anos (muito poucos casos) e uma outra faixa, de idades inferiores aos 50, a maioria dos casos.
Válter Fonseca alerta que, não sendo as vacinas completamente eficazes, é importante usar "todas as medidas em simultâneo", realçando o uso da máscara, a distância física e a higienização das mãos.
O coordenador da comissão técnica insistiu na efetividade e segurança das vacinas, mesmo perante a variante delta, com maior capacidade de contágio.
"A primeira dose confere alguma proteção, sobretudo para casos de hospitalização mais graves. Mesmo para a variante delta, os estudos mostraram que, para mortalidade e para hospitalização, uma dose continua a ter grande impacto de prevenção". E alerta que não se deve apressar o processo de vacinação cortando o prazo entre doses, devendo ser respeitado o intervalo recomendado.
Vacinação tem "impacto imenso" na quebra da mortalidade
Os números da pandemia em Portugal mostram um "impacto imenso" das vacinas no sistema de saúde e na mortalidade, defende o responsável da Comissão Técnica de Vacinação.
"Nesta vaga da pandemia (...) estamos a ver um aumento da incidência, o número de novos casos, mas não estamos a ter, neste momento, o acompanhar dessa curva de incidência com uma subida expressiva das hospitalizações nem de mortalidade".
"Isto é um impacto extraordinário da vacinação contra a covid-19. As curvas (agora) afastam-se, enquanto, no passado, havia uma curva de incidência, algum tempo depois subia a curva de hospitalizações e, mais tarde, a curva de mortalidade", explicou. Agora, as curvas tendem a separar-se.
Válter Fonseca insistiu que as vacinas são eficazes e seguras, protegendo contra a doença grave e hospitalização (entre 90% a 95%), mas também diminuindo a transmissão, embora com níveis diferentes.
"Os dados que temos hoje disponíveis, que resultam sobretudo do Reino Unido, que é o país que tem mais história e cobertura vacinal contra a covid-19, mostram que estas vacinas também têm um impacto na transmissão do vírus, mas não nos valores que vimos para a mortalidade e doença grave", afirmou o especialista.
À medida que o tempo passa, acrescentou, "começamos a conhecer melhor como é que as vacinas se comportam nos resultados sobre a infeção assintomática e sobre a transmissão. É sempre mais difícil estudar estes últimos resultados do que os primeiros (mortalidade e hospitalização)".
"Estamos a analisar o verdadeiro impacto desta variante [delta] relativamente à efetividade vacinal para que depois se possam tomar as medidas certas para o futuro. Até lá as regras mantêm-se".
"O que não quer dizer (...) que não haja total confiança nas vacinas. As vacinas são eficazes e estão a fazer o seu trabalho. Basta olharmos todos os dias para os nossos números em Portugal", acrescentou.
Sobre a eventual necessidade de uma terceira dose, adianta que todas as hipóteses são estudadas.
"É muito cedo para podermos dizer o que vai acontecer em termos de doses adicionais", afirmou, acrescentando que também é necessário tempo para analisar a duração da imunidade conferidas pelas vacinas.
"Até ao momento, os dados que temos indicam que a imunidade conferida pela vacina se tem vindo a manter e tem conseguido enfrentar novas variantes, mantendo a proteção das pessoas", afirmou Válter Fonseca, insistindo: "Temos de esperar mais algum tempo, manter o nosso objetivo e acompanhar a evolução do conhecimento".
Em entrevista à agência Lusa, questionado sobre se as autoridades equacionavam alterar as medidas a cumprir por quem tem um contacto de risco, mesmo estando vacinado, o responsável afirmou: "Essa possibilidade de avaliação de caso de risco, caso a caso, sempre foi possível".
No entanto, adianta que está a ser feita uma análise mais geral, sobre o impacto da vacinação e sobre a forma como se comporta a variante Delta, para determinar se as regras gerais de isolamento podem ser mudadas para quem tem a vacinação feita.
O primeiro-ministro, António Costa, que tem o esquema vacinal completo, saiu na passada segunda-feira de um isolamento, que durou 10 dias, após ter tido um contacto considerado de risco.
Esta medida motivou críticas às autoridades de saúde e um pedido de explicações por parte do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, sobre este tipo de situação.
Vacinas acima dos 12 anos analisadas antes do início das aulas
A Comissão Técnica de Vacinação Contra a Covid-19 está a analisar a vacinação das faixas etárias acima dos 12 anos. O parecer sobre a melhor opção deverá ser emitido antes do arranque do ano letivo, "naturalmente conhecido para que o planeamento da vacinação possa ser feito atempadamente".
"Será feito um parecer (...) de forma atempada e para proteger a saúde pública, nos 'timings' mais adequados, também em função da evolução da cobertura vacinal da restante população, que continua a ser a nossa prioridade", acrescentou Válter Fonseca.
As autoridades regionais da Madeira anunciaram que a região vai começar a vacinar contra a covid-19 alunos a partir dos 12 anos para que iniciem o próximo ano letivo imunizados.
O coordenador da comissão técnica de vacinação insistiu: "A vacinação de adultos com esquema vacinal completo continua a ser a nossa melhor estratégia, à data de hoje, com os dados que temos, para conseguir alcançar um melhor controlo possível da transmissão".
Válter acredita que não será necessário qualquer incentivo para levar os jovens a vacinarem-se e lembra que Portugal tem das melhores taxas de cobertura vacinal e jovens responsáveis.
"Eu acredito que vai correr bem. Portugal tem uma história de adesão à vacinação que é das melhores do mundo. Temos taxas de cobertura vacinal muito elevadas e temos jovens responsáveis", afirmou Válter Fonseca, acrescentando que “todos querem ultrapassar esta situação".
Quem está a ser infetado não são os vacinados
Sobre o aumento de casos de infeção em Portugal, quando menos de 40% da população portuguesa tem o esquema vacinal completo, Válter Fonseca lembrou que as vacinas não são 100% eficazes e que se devem manter todas as medidas de proteção.
"Mas quem está a ficar infetado não são as pessoas vacinadas. (...) Isto é também importante que se clarifique", sublinhou.
O responsável analisa dos dados sobre a atual situação da pandemia e argumenta que há casos acima dos 50 anos (muito poucos casos) e uma outra faixa, de idades inferiores aos 50, a maioria dos casos.
Válter Fonseca alerta que, não sendo as vacinas completamente eficazes, é importante usar "todas as medidas em simultâneo", realçando o uso da máscara, a distância física e a higienização das mãos.
O coordenador da comissão técnica insistiu na efetividade e segurança das vacinas, mesmo perante a variante delta, com maior capacidade de contágio.
"A primeira dose confere alguma proteção, sobretudo para casos de hospitalização mais graves. Mesmo para a variante delta, os estudos mostraram que, para mortalidade e para hospitalização, uma dose continua a ter grande impacto de prevenção". E alerta que não se deve apressar o processo de vacinação cortando o prazo entre doses, devendo ser respeitado o intervalo recomendado.
Vacinação tem "impacto imenso" na quebra da mortalidade
Os números da pandemia em Portugal mostram um "impacto imenso" das vacinas no sistema de saúde e na mortalidade, defende o responsável da Comissão Técnica de Vacinação.
"Nesta vaga da pandemia (...) estamos a ver um aumento da incidência, o número de novos casos, mas não estamos a ter, neste momento, o acompanhar dessa curva de incidência com uma subida expressiva das hospitalizações nem de mortalidade".
"Isto é um impacto extraordinário da vacinação contra a covid-19. As curvas (agora) afastam-se, enquanto, no passado, havia uma curva de incidência, algum tempo depois subia a curva de hospitalizações e, mais tarde, a curva de mortalidade", explicou. Agora, as curvas tendem a separar-se.
Válter Fonseca insistiu que as vacinas são eficazes e seguras, protegendo contra a doença grave e hospitalização (entre 90% a 95%), mas também diminuindo a transmissão, embora com níveis diferentes.
"Os dados que temos hoje disponíveis, que resultam sobretudo do Reino Unido, que é o país que tem mais história e cobertura vacinal contra a covid-19, mostram que estas vacinas também têm um impacto na transmissão do vírus, mas não nos valores que vimos para a mortalidade e doença grave", afirmou o especialista.
À medida que o tempo passa, acrescentou, "começamos a conhecer melhor como é que as vacinas se comportam nos resultados sobre a infeção assintomática e sobre a transmissão. É sempre mais difícil estudar estes últimos resultados do que os primeiros (mortalidade e hospitalização)".
"Estamos a analisar o verdadeiro impacto desta variante [delta] relativamente à efetividade vacinal para que depois se possam tomar as medidas certas para o futuro. Até lá as regras mantêm-se".
"O que não quer dizer (...) que não haja total confiança nas vacinas. As vacinas são eficazes e estão a fazer o seu trabalho. Basta olharmos todos os dias para os nossos números em Portugal", acrescentou.
Sobre a eventual necessidade de uma terceira dose, adianta que todas as hipóteses são estudadas.
"É muito cedo para podermos dizer o que vai acontecer em termos de doses adicionais", afirmou, acrescentando que também é necessário tempo para analisar a duração da imunidade conferidas pelas vacinas.
"Até ao momento, os dados que temos indicam que a imunidade conferida pela vacina se tem vindo a manter e tem conseguido enfrentar novas variantes, mantendo a proteção das pessoas", afirmou Válter Fonseca, insistindo: "Temos de esperar mais algum tempo, manter o nosso objetivo e acompanhar a evolução do conhecimento".